“A felicidade não é a ausência de conflitos, mas é a habilidade para lidar com eles. Uma pessoa feliz não tem o melhor de tudo. Ela torna tudo melhor.” Parece mais uma frase que poderia ser rotulada como de “autoajuda barata e piegas” ou do tipo “filosofia de boteco”. Analisando com mais cuidado, o trecho acima talvez resuma parte dos artifícios que podemos empregar para minimizar sofrimentos, tristezas e expectativas frustradas.
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Não importa o ambiente escolhido. Todos os dias convivemos com estereótipos humanos bem definidos. Seja dentro de casa, no trabalho ou mesmo na sala de espera do dentista ou com amigos na hora do chope. Em todo lugar temos a presença dos críticos. São aqueles que sempre detectam algum defeito, mesmo nos momentos mais felizes. Se por acaso algum dia ganharem sozinhos R$ 100 milhões na Mega Sena, vão reclamar a necessidade de contratar seguranças para a família. Ou de algum parente ou amigo que pedirá um dinheiro emprestado. Trata-se de uma situação normal.
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Como tudo na vida, também existe o outro lado das coisas. Para compensar, sempre teremos aqueles que estão sempre prontos a ajudar. Esse contingente de pessoas é formado por amigos que geralmente estão sobrecarregados de atividades. Mesmo assim, sempre encontram espaço na agenda para fornecer dicas, emprestar apoio e apontar sugestões úteis para solucionar problemas.
No lado oposto, porém, temos os eternos e consagrados “estou cheio de coisa pra fazer, me desculpe”. São aqueles que, na realidade, fogem de responsabilidades, escondendo-se atrás dessa desculpa esfarrapada conhecida por todos os amigos.
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O segredo da boa convivência é contar no cotidiano com aqueles que somam, nos ajudam, são do tipo alto astral e veem, em nós, seres humanos dignos de apoio. Aturar chatos, pessimistas, fatalistas e desanimados por vocação faz parte das agruras de nossa jornada terrena. São momentos duros de digerir, mas conviver com os contrários enriquece. Isso, no entanto, no Brasil de 2023, é definitivamente um esporte fora de moda.
As bolhas brotadas nas redes sociais acirraram o ânimo de pessoas com pontos de vista diversos. Em qualquer ambiente os “kamikases” da opinião proliferam. Estes preferem – sempre! – a ofensa ao argumento, a agressão à ponderação e optam pelo desacato pessoal, desviando-se do real motivo do debate.
Em meus 63 anos recém-completos dia 7, busco aprender todos os dias. Admito que é difícil fugir das sedutoras soluções fáceis e mágicas. Remédios eficientes são trabalhosos. O crescimento humano é resultado de aperfeiçoamento contínuo, insistência sem preconceitos e humildade para conviver com as coisas desagradáveis da vida.
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