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Feirantes terão que se adequar a exigências legais

Parte dos agricultores com bancas nas feiras rurais de Santa Cruz do Sul corre risco de ter que suspender a comercialização de alguns produtos caso não consiga atender às exigências da lei. Nos últimos dias, o Conselho de Desenvolvimento Agropecuário notificou os feirantes sobre restrições relacionadas aos produtos de origem animal, como carne, linguiça, leite, peixes e mel. Eles só podem ser colocados à venda se tiverem passado por inspeção oficial e estiverem legalizados. Do contrário, os produtores estarão sujeitos a responder a processo administrativo sanitário, multa, perda dos produtos e outras penalidades previstas na legislação.

A situação deixou alguns feirantes bem preocupados. Para se legalizarem, além de ter gastos – pois precisarão instalar agroindústrias –, ainda enfrentarão a burocracia e precisarão alterar suas atividades. Eles não querem se identificar, com receio de piorar a situação, mas reclamam que “esse é o incentivo dado aos agricultores para continuar na zona rural”. A questão foi tema de pronunciamentos dos vereadores Elstor Desbessell e Francisco Carlos Smidt (ambos do PTB), em favor dos feirantes, na sessão da Câmara dessa segunda. 

Devido à polêmica gerada pela notificação, o assunto será abordado novamente na próxima reunião do Conselho de Desenvolvimento Agropecuário, prevista para o dia 6, às 9 horas, na Secretaria Municipal da Agricultura. Conforme o presidente do órgão, Marco Alves, a ideia é esclarecer as dúvidas. Ele explica que a intenção não é tirar direitos dos feirantes e sim orientá-los para se adequarem à legislação, inicialmente quanto aos produtos de origem animal, “que oferecem mais risco à saúde pública”. A venda de hortifrutigranjeiros, que deu origem às feiras rurais, não apresenta problemas.  

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Segundo Alves, a questão da venda irregular de alimentos de origem animal nas feiras e necessidade de inspeção é discutida nas reuniões do conselho há muito tempo, inclusive com a participação de feirantes e representantes de produtores. No encontro do dia 4 de outubro, que teve a participação de todos os integrantes do órgão e de representantes do Sistema de Inspeção Municipal (SIM) e Vigilância Sanitária, foi decidido o envio de uma notificação aos produtores.  

O presidente do conselho afirma que haverá fiscalização. “Os produtores precisam contar com agroindústria para ter um produto inspecionado, com origem e qualidade atestada, para poder comercializá-lo.”

Dúvidas

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Como alguns feirantes se sentem prejudicados, o conselho pretende esclarecer as dúvidas e se coloca à disposição para orientá-los sobre o que precisam fazer. “O objetivo não é prejudicar os produtores, mas que eles se legalizem, até pelo fato de venderem em espaço público e pelo sistema de inspeção ser auditado pelo Ministério da Agricultura”, frisa Alves. A presidente da Associação Santa-cruzense de Feirantes, Rosane Niedesberg, não quis se manifestar sobre o assunto.

FIQUE ATENTO

Não podem ser vendidos sem inspeção

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– Carne in natura
– Todos os derivados da carne
– Leite e seus derivados
– Ovos
– Peixes
– Mel e demais produtos de origem animal

Conselho

O Conselho de Desenvolvimento Agropecuário de Santa Cruz do Sul é formado por representantes da Emater, Afubra, secretarias de Desenvolvimento Econômico, Cultura  e Turismo, do Meio Ambiente e da Agricultura, do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares, da Associação dos Produtores Rurais e da Universidade de Santa Cruz (Unisc).

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Objetivo é o cumprimento da legislação, afirma Emater

O chefe do escritório local da Emater/RS-Ascar, Assilo Martins Corrêa Júnior, explica que está sendo cobrado apenas o cumprimento da legislação. “As feiras públicas hoje têm produtores legalizados e outros que não são, o que é injusto com os primeiros, que investem numa estrutura adequada”, ressalta. Corrêa Júnior também observa que os feirantes foram apenas orientados a se adequarem à lei, visando a evitar a perda de seus produtos em uma eventual ação do Ministério Público ou da fiscalização. 

A orientação foi transmitida pelo Conselho de Desenvolvimento Agropecuário e pelos órgãos de fiscalização – Sistema de Inspeção Municipal (SIM) e Vigilância Sanitária. Para se adaptarem às normas, os feirantes terão que instalar uma agroindústria e se legalizarem. Também precisarão se capacitar em boas práticas de fabricação e manipulação de produtos na propriedade. 

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O chefe da Emater acrescenta que, além das mercadorias de origem animal, existem também algumas vegetais que deverão ser legalizadas. “Tudo que for processado, transformado, exige atendimento à legislação. Se o produtor tiver dificuldade, a Emater tem um Centro de Treinamento em Agroindústrias que poderá ajudá-lo”, salienta Corrêa Júnior. 

Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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