A 4ª Feira de Ciências – Inovação e Sustentabilidade da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) demonstrou o potencial inovador que vem sendo fomentado nas escolas de educação básica. Os trabalhos foram apresentados ontem, no salão de estudos da Biblioteca Central.
Nos estandes, estudantes e docentes do Vale do Rio Pardo, Jacuí-Centro e Litoral exibiram o resultado das atividades desenvolvidas em sala de aula ao longo do ano letivo. Com temas diversificados, a maioria dos grupos elaborou suas propostas a partir de uma problemática do seu ambiente.
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Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Rio Branco, localizada em Linha Saraiva, interior de Santa Cruz, por exemplo, constatou-se que os alunos passavam mais tempo no celular e deixavam a leitura de lado. Assim, os professores pensaram em uma forma de estimular os jovens a desenvolver o hábito de ler.
Nascia então o projeto Onde sua semente vai brotar?, criado em 2023. Conforme a professora de Língua Portuguesa Márcia Denise Dias e Silva, foram incluídos dez minutos de leitura diária. “A partir disso, passamos a escolher um livro para elaborar projetos de leitura na escola, desenvolvido com os professores de outras disciplinas”, explicou Márcia.
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Para a feira, os jovens levaram os trabalhos desenvolvidos na sala de aula, além de uma apresentação teatral da clássica obra literária. Natan Miguel Flesch Vicente, de 11 anos, interpretou o Chapeleiro Maluco, personagem do livro Alice no País das Maravilhas. “Me diverti muito e achei legal participarmos, aprendi que ler livros também é muito bom. Nem tudo é celular”, comentou.
No papel da Rainha de Copas estava a estudante Camile Schuster, do 5º ano. Para ela, o projeto fez com que as aulas ficassem mais atrativas e interessantes. “Agora, nós realmente lemos os livros que retiramos da biblioteca, não os levamos somente para passear na mochila”, afirmou.
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A sustentabilidade também marcou presença entre as temáticas abordadas. A preocupação com o consumo de água no ambiente familiar, os benefícios das composteiras e práticas de hortas urbanas foram alguns dos projetos apresentados. Houve ainda trabalhos voltados à saúde, incluindo um a respeito da consequência da introdução de alimentos industrializados e ultraprocessados na infância e a influência da qualidade do sono na saúde mental dos adolescentes em Santa Cruz.
A coordenadora geral da feira, a professora Cláudia Mendes Mählmann, destacou o crescimento do evento. Neste ano foram recebidas 177 propostas, 30 a mais do que na anterior. Destas, 103 foram selecionadas para a apresentação. “É quase 20% de aumento do número de trabalhos. E eles estão ótimos. Mesmo os que não foram classificados a ser apresentados também são excelentes”, enfatizou.
Conforme Cláudia, a próxima Feira de Ciências já tem data para acontecer. Ela será de 20 a 24 de outubro de 2025. “Foi um evento que a Unisc abraçou e que agora faz parte do calendário de eventos”, afirmou.
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Culinária e geometria
Entre os projetos expostos estava o Geometria nas Bolachas, criado por alunos dos anos finais da Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora de Fátima, de Sinimbu. A culinária foi o método adotado pela professora de matemática Elisete Regina Groff para incentivar os estudantes a aprender sobre as formas geométricas.
“Eu apliquei a técnica no sexto ano, com uma pizza para representar fração, e um bolo no sétimo para ensinar proporção razão, e medidas. E os alunos começaram a cobrar a atividade no oitavo ano”, explicou.
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A partir daí, passaram a ser preparadas bolachas no laboratório de aprendizagem da escola. No processo, os estudantes aprenderam a identificar as figuras e formas, além de aplicar a matemática na produção para calcular as medidas e quantidades. Diante dos resultados, Elisete inscreveu o trabalho na feira. A notícia da seleção motivou os alunos, que se dedicaram à apresentação. Na avaliação da educadora, a matemática facilitou o aprendizado. “Eles se empenharam para estarem aqui”, afirmou.
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