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Falando em dinheiro

Francisco Teloeken: “fazer um ano financeiro melhor”

Foto: Agência Brasil

O ano de 2025 começou. Milhões de brasileiros certamente   renovaram as esperanças de  um ano melhor, em todas as áreas de suas vidas, inclusive a financeira. Na virada do ano, muitas pessoas prometeram   a si mesmas alguma coisa relacionada ao dinheiro: começar um controle financeiro, preparar e cumprir um orçamento  pessoal ou familiar, juntar dinheiro, comprar ou trocar de carro, enfim, os objetivos podem ser muitos.

Para criar um ano financeiramente diferente, Conrado Navarro, do Dinheirama,  sugere  refletir  sobre alguns pontos e, e se for o caso, tomar algumas providências e realizar  algumas atividades que poderão  ajudar a ter um  ano financeiro mais tranquilo:

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1º) Ouvir, ler e conversar sobre dinheiro:  não sob a forma de queixa de que está ganhando pouco, que tudo está muito caro, que o governo está ruim, etc., mas de real interesse  por temas relacionados ao dinheiro, compartilhando informações em seus ambientes familiares,   profissionais, sociais  ou digitais; nesses dias, em conversa informal numa  academia, deu para perceber que as pessoas não distinguem, por exemplo,  pirâmides financeiras com marketing de rede ou multinível (MMN), conhecida também como venda direta. Nas pirâmides, configuradas como crimes contra e economia popular, conforme Lei 1521/51, os ganhos vem apenas ou majoritariamente do recrutamento de novos vendedores, quer dizer, os novos associados pagam os ganhos dos antigos. Já no marketing de rede (MMN), que é um modelo de negócio legal, os integrantes podem obter ganhos tanto da venda de produtos ou serviços, quanto no recrutamento de novos parceiros; o sistema não depende de novos associados para se sustentar, mas apenas da venda de seus produtos ou serviços.

2º) Registrar receitas e despesas: começar com o diagnóstico financeiro; durante 30 a 60 dias,  anotar, numa simples folha de papel  ou preencher uma planilha de computador ou aplicativo,  todas as receitas e despesas, desde pequenos  gastos até as prestações do imóvel ou do carro; ao mesmo tempo, levantar  as dívidas vincendas e já vencidas, levando em conta os encargos que cada uma carrega (juros mais altos, multas), prazos de vencimento, possibilidade de ter que entregar o bem ou até corte de serviços, como da energia elétrica. Lembrar dos  gastos anuais previstos para os primeiros meses do novo ano, como IPVA, IPTU, material  escolar, etc. Com este levantamento, já é possível  ter uma ideia da situação financeira pessoal ou familiar, como também fazer ajustes necessários, reduzindo, substituindo ou  eliminando gastos;

3º) Pagar mais à vista: tem uma influência no sucesso da educação financeira, não só por eventual desconto que possa obter, mas como forma de tratar o dinheiro: se tem, compra; se não tem, junta para comprar depois;

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4º) Diminuir a quantidade de cartões de crédito:  cartão de crédito é uma ótima ferramenta que permite não  só centralizar o pagamento de contas e compras em uma única data – o vencimento da fatura -, mas, também, obter ganhos secundários em pontos que podem ser transformados em milhas aéreas  e ter ganhos com cashback. É importante observar a melhor data para usar o cartão e é essencial  no planejamento  saber a data do vencimento para  garantir o pagamento integral da fatura;  ter no máximo dois cartões de crédito, com vencimentos  separados em  15 dias.

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5º) Guardar dinheiro: o mais fácil é começar com pouco, mas com constância, até tornar isso um hábito. É importante que o dinheiro guardado tenha uma finalidade, o que Reinaldo Domingos, criador da DSOP Educação Financeira e de outras atividades, chama de “carimbar o dinheiro”; se o dinheiro não tiver uma finalidade específica, pode ser usado para qualquer demanda que aparecer, inclusive aquele amigo que pede emprestado para devolver em poucos dias, até receber uma grana extra,  o que, geralmente, não acontece.

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6º) Diminuir os gastos, principalmente com água e luz: pesquisas  apuraram que, com alguns cuidados básicos, é possível diminuir os gastos de uma família de 20% a 30%, sem perda do padrão de vida, simplesmente  com a substituição, diminuição ou eliminação de itens.

7º)  Não emprestar dinheiro nem seu nome:  se emprestar dinheiro já pode ser um risco de nunca mais ver a cor dele, além de prejudicar ou até perder a amizade de algum familiar, colega ou conhecido, emprestar o nome para alguém fazer uma dívida é simplesmente inadmissível: ninguém tem a mesma consideração por seu nome do que o próprio titular. Além de problemas financeiros pela falta de reembolso do valor da compra por parte de quem tomou emprestado o cartão, a Receita Federal   pode, com base nos dados repassados pelos bancos, operadoras de cartões, bancos digitais, plataformas de pagamento e varejistas de grande porte que oferecem programas de crédito, identificar que essas despesas não são compatíveis com a declaração de rendimentos de quem emprestou o cartão. Ao cruzar essas informações com a declaração do Imposto de Renda, a Receita pode questionar a origem ou solicitar  justificativa desses gastos e dos reembolsos havidos. Em outras palavras, quando alguém empresta o cartão, além do risco de ter que pagar a fatura, no vencimento, está sujeito a possíveis problemas com a Receita Federal.  

Neste início de ano, ao invés de pensar em ideias revolucionárias em seus hábitos financeiros, criando planos mirabolante que poderão ser abandonados em pouco  tempo, preferir   atitudes financeiras simples e práticas que podem trazer resultados surpreendentes.

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