O diretor-presidente da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), Robson Luis Zinn, disse em entrevista à Rádio Gazeta nessa sexta-feira que o prédio da unidade de Santa Cruz do Sul será levantado neste ano. Segundo ele, o projeto arquitetônico foi entregue em dezembro e o que falta para a obra começar é o processo de licitação, previsto para terminar em março. O investimento será de aproximadamente R$ 20 milhões e a capacidade para 60 adolescentes, considerada suficiente em relação à demanda. Mesmo assim, haverá espaço físico para uma futura ampliação.
O objetivo do projeto é evitar que os jovens infratores da região sejam encaminhados para a unidade Padre Cacique, em Porto Alegre. “Isso permite maior contato com a família, convívio social e reinserção na própria comunidade”, destacou Zinn. Além de Santa Cruz, outra unidade será construída em Osório. Segundo o diretor-presidente, eram as únicas regiões que ainda não contavam com uma edificação. Em Viamão, haverá uma ampliação para suprir o deficit da Região Metropolitana.
Após a fase burocrática e a execução do projeto, a expectativa é que a unidade esteja em operação até o fim do primeiro semestre de 2019. Com relação à população do entorno, no Corredor Zanetti (Bairro Esmeralda), Zinn considera que o primeiro ponto é quebrar o preconceito. Ele garante que há uma logística de segurança e exemplifica que mantém uma casa em Santa Maria a 120 metros da Fase. “Todas as unidades têm muros com quatro metros de altura, videomonitoramento e vigilância externa armada em todos os turnos. É um cumprimento de medida judicial, julgada há mais de dez anos. O governo estadual decidiu pela implantação da unidade neste momento, assim como em Osório”, argumentou.
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Com atendimento, índice de reincidência é inferior a 10%
A unidade santa-cruzense terá um padrão conforme determina o Sistema Nacional Socioeducativo (Sinase), assim como existe em Passo Fundo e Novo Hamburgo. Haverá um módulo para internação provisória e outro para o cumprimento da medida socioeducativa. Também existirão os módulos escolar; administrativo; de saúde; de atendimento e assistência técnica e de visitas, além de uma quadra poliesportiva. A direção da Fase já encaminhou um pedido de concurso público ao governo estadual. A estimativa é de que 120 servidores sejam contratados. A faixa etária dos internos é de 12 a 18 anos (idade máxima em que cometeu o delito). As medidas podem ser cumpridas até 21 anos incompletos.
Conforme Robson Luis Zinn, o atendimento oferecido dá condições para o jovem ser reinserido na sociedade. “O jovem cometeu um delito e precisa ser responsabilizado. Mas é necessário lembrar que depois da aplicação da medida socioeducativa, ele irá sair e precisará reconstruir a vida”, explicou. O local terá uma escola autônoma, além de atendimento médico, odontológico, psicológico e psiquiátrico. Ainda haverá acompanhamento dos jovens por um ano após o cumprimento da pena. A intenção é que o adolescente mantenha a rotina de estudos e que no turno inverso tenha uma atividade laboral ou faça um curso profissionalizante. Ele observa que a ação reduz a reincidência para menos de 10%.
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