Uma das principais frutas desta época está no ponto alto da colheita na região. Muitas variedades de pêssego ficam maduras no começo de novembro – algumas ainda em outubro –, e grande parte dos agricultores já está com o trabalho na reta final. A colheita deve se encerrar na primeira quinzena de dezembro.
Em Santa Cruz do Sul, a produção do fruto não é expressiva e o clima ainda prejudicou muitos pomares. Mas pelo menos um produtor local está satisfeito com a produção obtida este ano. Célio Rusch, 51 anos, de Cerro Alegre Alto, plantou em 2015 480 pés de pêssego das variedades granada, maciel e douradão. Para adubar, usou apenas esterco de galinha. No ano passado, a produção foi pequena. Mas neste segundo ano do pomar, todos os pessegueiros deram frutos. Ele iniciou a colheita no início de setembro. Já concluiu a de duas variedades. Atualmente, está colhendo os pêssegos da variedade maciel e acredita ainda ter mais dez dias de coleta.
O produtor conta que, este ano, tem colhido de dez a 15 quilos do fruto por pé e “todos de boa qualidade”. Os pêssegos são vendidos nas feiras rurais do Centro, Oktoberfest, Independência e Arroio Grande, e em mercadinhos. Assim que aumentar a produção, pretende colocar à venda também em supermercados. Rusch ainda cultiva goiaba há 14 anos e tem nessas duas frutas sua principal fonte de renda.
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Já a produtora Brunhilde Wenning, 63 anos, e seu marido Ronaldo, 64, também moradores de Cerro Alegre Alto, não tiveram a mesma sorte com o pêssego neste ano. O casal tem oito pessegueiros em produção. “Há quatro anos fizemos ótima colheita, mas em 2016 e neste ano não deu fruto. Houve chuva e vento fortes no período da floração, e as flores caíram. Por isso não houve produção”, explica.
Encruzilhada
O presidente da Coopersanta, Cássio Baptista, que cultiva 2,5 mil pés de pêssego de diferentes variedades em Encruzilhada do Sul, não tem do que se queixar. Ele afirma ter conseguido boa produtividade e qualidade. Baptista obteve, até agora, uma média de 25 toneladas por hectare. Em Encruzilhada, o clima normalmente é o ideal para o pêssego e este ano, apesar de o inverno ter registrado dias menos frios, foi o suficiente. “De uma maneira geral, faltou frio, mas as variedades que cultivo têm menos exigência de baixa temperatura”, explicou.
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Baptista acrescenta que Encruzilhada produz bem o fruto, devido à sua altitude e clima, e o pêssego, para ele, é uma boa alternativa de diversificação da produção.
Santa Cruz incentiva a aposta nesse fruto
O chefe do escritório local da Emater, Assilo Martins Corrêa Júnior, diz que em Santa Cruz o cultivo do pêssego não é expressivo. Há 14 produtores mais significativos, que somam juntos 4,3 hectares dedicados ao produto. E muitos pessegueiros ainda não estão em produção porque foram plantados no ano retrasado, o que significa que os pomares estão em fase de desenvolvimento, sem frutificação.
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O técnico agrícola da Secretaria Municipal da Agricultura, Moisés Mora, reforça que a produção em Santa Cruz é pequena. Além disso, neste ano a cultura foi afetada pelo excesso de chuva e pelo calor fora de época. “Temperaturas elevadas no período de inverno estimulam a floração antecipada. Quando isso acontece e ocorre frio tardio, a formação do fruto é prejudicada.”
A Secretaria da Agricultura vem estimulando há três anos o cultivo do pêssego. Conforme o técnico, essa cultura é viável para Santa Cruz porque o pêssego necessita de, em média, 300 horas de temperatura abaixo de 7,2 graus, mas há variedades que não exigem tanto. A região da localidade de São Martinho tem um microclima interessante para essa fruta, com amplitude térmica melhor e menor risco de geadas tardias.
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