Há algumas semanas, o anúncio do possível retorno do Orkut – uma das primeiras redes sociais badaladas – me fez lembrar de coisas que eu adorava naquele espaço. Conversava destemidamente com estranhos nas comunidades, que nos uniam por um gosto ou um ranço em comum; programava o despertador para furtar legumes da horta alheia no jogo Colheita Feliz etc. Foi uma época divertida.
Naquele mesmo tempo, o bate-papo online rolava pelo MSN. Também era sensacional. O aplicativo possibilitava incluir o nome dos amigos no “nickname” e ainda aplicar uma frase de efeito no “subnick” ou mostrar a música que estava rolando no computador naquele momento. Por muito tempo, usei a frase em latim Carpe Diem. No auge dos meus 14 anos, achava um arraso ostentar uma charmosa – e misteriosa – frase no idioma morto, despertando a curiosidade dos colegas. Ainda mais pelo viés poético: aproveite o dia, o momento.
Aliás, o latim nos deixou outras belas frases, que promovem essa mesma sensação de filosofia de vida bem-vivida. De uma delas entendi, de fato, o significado, para além da tradução apenas, na universidade. Hic et nunc: aqui e agora, neste exato instante e local. Lembro que foi um dos conceitos mais interessantes guardados a partir das aulas de Estética e Cultura Midiática. Toda aquela história da aura da arte, da impossibilidade de reproduzir momentos únicos, mexe comigo
até hoje.
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Já usei este espaço – a coluna Fora de Pauta – para escrever sobre mudanças, criação de novos hábitos e lembranças, e
saudade. Acho que todos esses elementos se encontram neste texto de hoje, inclusive na frase hic et nunc.
Ao longo da vida, os sonhos e objetivos são combustíveis para seguir em frente. Um pé aqui, mas olhos no futuro. O que vem depois? Para onde eu vou? Sentimentos que também falam muito sobre a rotina ansiosa que vivemos atualmente. Confesso que venho nesse ritmo há algum tempo. Com o entendimento de que o mundo está aí para ser explorado, deixei que meu espírito inconstante e sedento por mudança me conduzisse.
Recentemente, precisei refletir sobre esse ímpeto de ir além. Afinal, se eu já sei o que tenho aqui, a escolha óbvia seria, agora, avançar. Essa busca incessante pelo melhor me levou a espaços incríveis, outros nem tanto. O que é inegável, no entanto, é que foi esse traço da minha personalidade que me trouxe até aqui, até quem sou hoje. E por que não aproveitar o momento, aqui e agora? Carpe diem; hic et nunc. Decidi que é isso que preciso fazer. Vou até tatuar essa frase, para não esquecer.
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É esquisito pensar sobre quem eu era aos 14 anos, quando uma das minhas principais preocupações era passar os amigos
para trás nos jogos online. Quanta coisa mudou até eu descobrir que queria mesmo ser jornalista, ingressar na universidade e me encantar com charmosas frases em latim, entre tantas outras coisas que aprendi lá. E também aprendi pelos lugares que passei, com as pessoas que convivi.
A vida muda, os sonhos se transformam e as prioridades se tornam outras. Coisas que eu nem imaginava, agora são reais.
E tudo que eu quero é aproveitar a “aura” de cada momento. O que virá depois? Deixa pra amanhã.
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