O pouso inédito do Antonov Mriya An-225, o maior avião do mundo, na pista de Viracopos, em Campinas (a 93km de São Paulo), atraiu curiosos que desembarcavam no aeroporto e até famílias que viajaram só para ver a aeronave.
Estima-se que ao menos duas mil pessoas se posicionaram próximo à cabeceira 15 em busca da melhor imagem da aeronave, que tocou o solo campineiro exatamente às 11h02 desta segunda-feira, 14, debaixo de chuva fina.
Nem mesmo os sapatos e roupas cheios de barro tiraram a euforia de apaixonados pela aviação e de curiosos que vieram de todo Estado de São Paulo. Uma hora depois da chegada do Antonov, muita gente ainda visitava o aeroporto para registrar a presença do avião mesmo de longe.
A família de Pablo Henrique Santiago, de 14 anos, acordou às 6h30 em Itu (a 47 quilômetros de Campinas), pegou a estrada e chegou a tempo para ver o pouso da aeronave. Pablo estava acompanhado pelos pais, pela irmã Isabela, de 8 anos, pela avó e pela tia.
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“É algo que eu nunca vou me esquecer. Adoro a aviação e não poderia deixar passar esta oportunidade. Valeu muito a pena”, diz, mostrando os tênis sujos de barro. O adolescente ressalta que quer seguir a carreira e a ideia é se inscrever para o curso de comissário de bordo. “Ele até já faz curso de inglês”, interrompe a avó Maria Estela, toda orgulhosa.
O engenheiro civil Lucas Costa veio de Salto (a 42 quilômetros de Campinas) junto com a namorada Elen e a mãe dela, Raquel. “É o maior avião do mundo, não poderia deixar de vê-lo. Imaginava que era grande, mas ao vivo é muito maior do que eu imaginava. Uma obra maravilhosa da engenharia”, elogia.
Até mesmo os passageiros que desembarcavam em Viracopos durante a permanência da aeronave ucraniana em Campinas aproveitaram a chance de registrar o Antonov.
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“Soubemos da presença do maior avião do mundo em Campinas pelo comandante do nosso voo, que veio do Rio de Janeiro. Passamos por ele lá na pista e registramos”, comenta José Felipe Vieira. “Realmente a envergadura das asas impressiona”, diz o amigo Evandro Aguiar. Ambos chegaram por volta das 12h50 no voo 4015 da Azul, mais de uma hora depois do pouso do Antonov.
O diretor de operações de Viracopos, Marcelo Mota, conta que uma operação especial foi montada a partir da madrugada para receber o avião. “Foi um momento histórico para a aviação e Campinas. Fizemos um planejamento para controlar o fluxo de pessoas, que sabíamos que seria imenso”, comenta.
Mota lembra que o Antonov ocupa uma área reservada para três cargueiros normais e diz que teve de reforçar a equipe que auxiliou o piloto da aeronave durante o trajeto da pista até o hangar. A manobra durou cerca de 10 minutos e, durante o tempo, Viracopos teve o espaço aéreo fechado, sem pousos ou decolagens.
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O Antonov mede 84 metros de comprimento, com 88 metros de envergadura (distância entre as pontas das asas). Seu peso é de 175 toneladas sem qualquer carga, inclusive combustível. O avião, construído na época da Guerra Fria, em 1988, é único no mundo. Tem 32 rodas e capacidade para 250 toneladas em seu compartimento de carga.
A aeronave veio de Houston, nos Estados Unidos. Permanecerá até as 22h em Campinas, onde deve receber um módulo, batizado de “berço”, com um gerador de 150 toneladas fabricado no Brasil. O Antonov tem chegada prevista para as 23h no Aeroporto Internacional de Guarulhos e depois segue para o Chile, onde o gerador será entregue.
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