Mais de uma semana após o temporal que deixou estragos em boa parte do Rio Grande do Sul, moradores de áreas rurais do Vale do Rio Pardo que estavam sem luz puderam, enfim, voltar a ter energia em suas casas e retomar a rotina. Enquanto ficaram desabastecidas, as famílias viram os prejuízos se acumularem.
Entre os atingidos está Laércio André Frantz, 38 anos. Morador de Linha General Osório, o agricultor, que atua também na Feira Rural de Santa Cruz, ficou sem poder realizar suas tarefas desde o último domingo, quando o fornecimento foi interrompido. Desde então, teve dificuldade para manter a produção de leite refrigerada, o que resultou em pelo menos 600 litros estragados. Para evitar maiores prejuízos, optou por produzir requeijão. Também precisou jogar fora pelo menos 90 quilos de aipim. O valor das perdas já passou de R$ 2 mil.
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Apesar de possuir um gerador de energia, o equipamento está sendo usado para a retirada e resfriamento do leite. Ligado apenas oito horas por dia, consome cerca de dez litros de gasolina. “Não temos condições de deixar ligado o dia inteiro. Em casa, estamos à luz de velas”, afirmou. Para não perder os alimentos armazenados na geladeira, precisou levar o eletrodoméstico para a casa dos sogros, no distrito de Monte Alverne. Conforme Laércio, a energia chegou a ser restabelecida na tarde dessa quarta-feira, 24. No entanto, horas depois, voltou a cair e permanecia assim até o início da noite “Espero que resolvam logo”, suplicou.
Em Alto Boa Vista, interior de Santa Cruz, a moradora Luciane Baier, 41 anos, também completou dez dias sem luz. Para a propriedade não ficar totalmente desabastecida, adquiriu um gerador, que já consumiu mais de 350 litros de combustível. No entanto, seu uso é limitado. “Ele é fraco, então não consigo ligar muitas coisas”, afirmou. Apenas um freezer foi mantido em funcionamento. E os alimentos que não couberam foram descartados.
A falta de eletricidade comprometeu o fornecimento de água nesse período. Para não ficarem sem, recorreram a um açude, e para beber adquiriram em mercados. “O banho foi em bacia, como era antigamente”, relatou Luciane. Ela e o marido, Ilgo Bender, 53 anos, estimam que os prejuízos na propriedade chegaram a R$ 82 mil. Além de registrar perdas na plantação de mandioca e feijão, tiveram insumos molhados após o destelhamento dos galpões e uma parte da produção de milho – que ainda não havia passado pela silagem – foi devastada. “Só esperamos que a energia volte logo”, pediu.
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Em outras localidades da região, o serviço de religamento avançou. Na Linha Rio Grande, interior de Sinimbu, a propriedade de Daniela Fernanda Behm, 36 anos, teve a energia restabelecida no final da tarde dessa quarta. “Graças a Deus”, comemorou, após ficar mais de uma semana sem luz.
A agricultora Selvani Gollmann, 51 anos, moradora da Linha Esperança, zona rural de Venâncio Aires, também pôde celebrar. Após muita expectativa ao longo do dia, por volta das 17h45 a eletricidade voltou para sua residência. Durante uma semana, ela e o marido fizeram uso de um gerador, consumindo pelo menos 24 litros de diesel por dia para mantê-lo funcionando durante oito horas.
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Até esta quarta-feira, conforme a RGE, 600 clientes do Vale do Rio Pardo permaneciam sem energia. Em toda a área de atuação, o total chegava a 1,4 mil pontos desabastecidos, fazendo com que a região fosse a mais afetada. Contudo, após as 20 horas, a empresa emitiu uma nota informando que se encontrava em condições operacionais normais. De acordo com o comunicado, restavam apenas situações pontuais, já em atendimento pelas equipes
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