Cinco famílias ocupam em situação considerada irregular a estrutura do antigo Forno de Cal, de Rio Pardo, como moradia. O local, que nos últimos anos recebeu a encenação da Paixão de Cristo, foi invadido pelos primeiros moradores no segundo semestre do ano passado. Segundo a Procuradoria Jurídica da Prefeitura, na época, uma mulher com três filhos havia se alojado no prédio de recepção. Assim que tomou conhecimento, o Executivo entrou com uma ação de desapropriação.
Há alguns meses, no entanto, outras pessoas passaram a habitar os espaços livres. “Estou aqui porque não tenho mais aonde ir. Sou de Cachoeira do Sul, vim para Rio Pardo e como já estava há três meses sem emprego, não tinha condições de pagar aluguel. Comecei a trabalhar na reciclagem, mas com o dinheiro, ou eu compro comida ou eu pago aluguel”, contou uma das invasoras, Cláudia Silva, de 39 anos. Segundo a mulher, que tem dois filhos, outras quatro famílias estão hospedadas no Forno de Cal. Cláudia contou que teme pelo futuro dos moradores, já que nada foi definido até o momento.
O assessor jurídico Roberto Ciriaco da Costa Py informou que a Prefeitura não sabia da existência dos novos invasores. Py explicou que nada foi acertado sobre o destino provisório dos moradores do Forno de Cal, mas uma das possibilidades é disponibilizar o aluguel social. Já a tradicional encenação da Paixão de Cristo, após ser realizada por alguns anos no Forno de Cal e no ginásio Guerino Begnis, voltará a ocorrer na Praça Doutor Pedro Alexandrino de Borba, em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário. Conforme o secretário interino de Turismo e Cultura, Ramon Reis Barros, a medida foi tomada tanto em função da incerteza da Prefeitura quanto à permanência ou não dos invasores como pela proposta de unir toda a programação artística e religiosa de Páscoa.
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