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Famílias Jeggli e Wander mantêm viva a tradição do melado batido

A última terça-feira, 18, reservou umas das pautas mais doces do quadro “Café na Roça”, transmitido ao vivo pela Rádio Gazeta FM 98.1. Não somente pelo produto em foco, mas pela bela recepção das famílias Wander e Jeggli, de Linha Floresta, interior de Arroio do Tigre, duas das poucas que sabem fazer o melado batido e açúcar mascavo na região. Entretanto, a principal fonte de renda continua sendo o tabaco. Família esta que mantém somente o cultivo do Burley. Na última safra, foram plantados 50 mil pés. Além disso, plantam três hectares de feijão e três de milho. Eles são produtores de mel, sendo que na última safra foram extraídos 50 quilos do produto. Os alimentos para subsistência da família ainda são retirados da terra.

A matriarca, Anélia, 56 anos, é quem mantém viva a tradição há 38 anos. Ela e o esposo, Helário, 57 anos, contam que começaram fazendo melado e rapadura para o Hospital Santa Rosa de Lima, depois ampliaram as vendas para vizinhos e a quem os procurasse. “Comprei um freezer, que era meu sonho, com 70 latas de melado duro”, relembra. Se fosse, garante que daria para comprar no mínimo três. “Usamos ele ainda até hoje”, brincou. Na época a tarefa iniciava às 4h e se estendia até à noite. Lembrando que o processo de moagem da cana-de-açúcar era feita em um engenho tocado a bois. Hoje o procedimento é feito com o auxilio de um moedor a motor, o que diminui consideravelmente o tempo de moagem, cerca de 40 minutos.

Nilson Juarez Jeggli, 42 anos, e a esposa Diana Wander Jeggli, começaram há três anos seguir os passos dos pais dela. “Em qualquer canto dá para plantar a cana, por isso não se torna trabalhosa e não gera custos”, disse lembrando que os produtos são totalmente ecológicos e importantes complemento nutricional. Devido a grande procura e aceitação do saboroso melado e açúcar mascavo, pensam em instalar uma agroindústria. “Por enquanto o investimento é muito alto, mas quem sabe no futuro isso pode se tornar realidade e vender nosso produto pra fora”, destaca.

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Segundo Jeggli, uma carroça cheia de cana rende 200 litros de garapa, produto base da produção. O rendimento é de 45 quilos de melado ou 30 quilos de açúcar mascavo.

O preço de comercialização do melado é de R$ 6,00. Já o açúcar mascavo, que é mais trabalhoso de se fazer, varia de R$ 8,00 a R$ 10,00 o preço do quilo. A família garante que não tem que chegue. A procura é grande, tanto que pretendem dobrar a produção para o próximo ano. Atualmente plantam 0,2 hectares de cana-de-açúcar, o que deverá ser feito já nos próximos dias.

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