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Famílias cobram solução para falta de energia na região

Desde o último dia 17, famílias estão sem energia em Sinimbu. Empresa responsável informou que trabalha no reparo das redes

“Uma semana sem energia elétrica é descaso”, estampava a faixa segurada por sete moradores de Sinimbu na tarde dessa terça-feira, 23. Desde a noite da terça-feira, 17, durante o forte temporal que atingiu parte do Rio Grande Sul, suas residências estão sem luz. E para marcar a data, o grupo se reuniu em frente ao Centro Administrativo, na Avenida General Flores da Cunha, para chamar a atenção da Rio Grande Energia (RGE).

“É um transtorno”, exclamou a advogada Lúcia Carolina Raenke Ertel, 28 anos. Ela teve toda a rotina afetada pela falta de energia em sua residência, na região central. Por trabalhar em regime de home office, desocupou temporariamente a estrutura do escritório montado em seu lar. Nesse período, a casa da mãe dela, que também vive no Centro, tornou-se um refúgio. Além de trabalhar lá, precisa utilizá-la para lavar roupas, tomar banho e manter os alimentos na geladeira até o serviço voltar ao normal. “Pagamos a conta de luz certinho todo o mês. Mas, na hora que precisamos pedir para que a energia seja restabelecida, não temos retorno.”

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Na propriedade do agricultor Derli Luís Wegener, 51 anos, a falta de luz provocou desabastecimento de água. O gerador de energia não tem dado conta de manter as tarefas do campo, e está limitado à casa da família. Para não perder os alimentos refrigerados, ele precisou levá-los até o pavilhão da igreja da localidade. “É uma vergonha o que estão fazendo com a gente, parece que estamos esquecidos no meio do mato”, desabafou. 

Conforme nota da empresa, divulgada na manhã desta quarta-feira, 24, 600 clientes do Vale do Rio Pardo – incluindo os manifestantes – permaneciam desabastecidos. Pessoas ouvidas pela Gazeta do Sul na última segunda-feira ainda esperavam o religamento. Entre elas está a agricultora Daniela Fernanda Behm, 36 anos, moradora da Linha Rio Grande. Enquanto aguardava, junto com outros vizinhos da localidade, precisou ir até a casa de uma prima para lavar as roupas. 

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Em Venâncio Aires, na Linha Esperança, a produtora Selvani Gollmann tinha a expectativa de o restabelecimento ocorrer durante a tarde dessa terça. No entanto, não aconteceu, e mais uma vez a família vai precisar do gerador. No município de Vera Cruz, que entrou com uma ação judicial contra a RGE, ainda havia pontos desabastecidos desde a semana passada. Segundo o prefeito Gilson Adriano Becker, São Jacó, Dona Josefa e São João aguardavam a volta da luz devido ao rompimento de cabos e queda de postes após o temporal.

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Prejuízos

Participantes do protesto em frente à Prefeitura de Sinimbu relataram como a falta de energia afetou suas rotinas. Morador da Linha Cerro Branco, o agricultor José Luís Gonçalves, de 64 anos, esperou o religamento da eletricidade durante três dias. No quarto, ele viu-se obrigado a adquirir um gerador, que até agora consumiu pelo menos 15 litros de gasolina. “Enchi o tanque da minha motocicleta e tenho tirado de lá mesmo”, contou.

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Nesses dias, acabou jogando fora tudo o que estava na geladeira. Do freezer, restaram poucos alimentos. Além do prejuízo, a preocupação maior é com o bem-estar da filha, que necessita de cadeira de rodas e requer atenção. “Está muito difícil”, afirmou.

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Para não ficar totalmente sem energia em sua propriedade, também localizada na Linha Cerro Branco, o agricultor Jean Carlos Hirsch, 30 anos, conseguiu estender uma ligação de sua casa até dos vizinhos. Contudo, foi necessário racionalizar, mantendo ligados constantemente apenas os refrigeradores. Na sua produção de morangos, utiliza a eletricidade para irrigação. “Só consigo ligar para manter ela molhada mesmo. E mesmo assim, terei perda”, admitiu.

O que diz a RGE

Em nota divulgada no fim da tarde de ontem, a Rio Grande Energia (RGE) informou que a maioria dos serviços que restam a ser feitos para normalização total do fornecimento são de grande complexidade devido ao volume de resíduos de vegetação e objetos sobre a rede. “Esses serviços, além de demorados, quando concluídos, permitem religar poucos clientes”, dizia o texto. 

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