Regional

Famílias atingidas por granizo viveram momentos de pânico na madrugada

Quando escutou o barulho das pedras de gelo no telhado, Olinda Loebens, de 68 anos, assustada, começou a rezar. Era tudo o que podia fazer no momento. Na casa onde reside com o neto, no Bairro Imigrante, em Vera Cruz, o chão molhado da garagem e da cozinha sinalizavam os estragos. De acordo com ela, cerca de 12 telhas estavam comprometidas devido ao granizo que caiu por volta das 5h30.

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O socorro veio do neto, que reside com ela, e dos filhos. Um deles, inclusive, também contabilizava estragos em sua residência. Há mais de 20 anos vivendo no local, Olinda disse nunca ter visto algo parecido. Até esta quarta-feira, 12, pelo menos. Com problemas de mobilidade, amparada por duas muletas, ela precisava redobrar os cuidados dentro da própria casa. “Está muito perigoso para escorregar”, afirmou em meio à água.

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Olinda Loebens ficou assustada com a força da tempestade, que provocou várias goteiras em sua casa | Foto: Rafaelly Machado

Alguns metros adiante, o personal trainer Richard Klinger contava com a ajuda do pai, Egon Klinger, para cobrir com lona o prédio do seu espaço de treinamento físico. As aulas foram suspensas nessa quarta, uma vez que houve danos em grande parte do telhado. “Eu estava em casa na hora, do outro lado da rua. Sabíamos da previsão, mas não esperávamos que seria tão grave assim.” A dupla também aproveitava para deixar a cobertura o mais firme possível, devido às previsões de vento forte no fim do dia.

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Richard e Egon Klinger usaram lonas no telhado | Foto: Rafaelly Machado

Essa também era a preocupação do vendedor Leonardo Sehnem Nunes e de seus pais, Delci Sehnem Nunes e Eduardo da Rosa Nunes. Na casa onde moram, no Bairro Arco Íris, quase todo o telhado ficou comprometido. “Eram telhas mais resistentes e mesmo assim não adiantou”, disse Leonardo. Ainda na manhã dessa quarta, ele adquiriu novas unidades para a realização da troca. “Faz quase 40 anos que estamos morando aqui. E nunca tinha visto algo assim”, afirmou Eduardo.

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Sehnem precisou trocar telhas atingidas pelo granizo | Foto: Rafaelly Machado

Entenda

O que aconteceu

O meteorologista Luiz Fernando Nachtigall, da Metsul Meteorologia, publicou texto informando que o ciclone extratropical que atingiu o Estado tem um diferencial em relação aos registrados anteriormente. Ele explicou que desta vez o fenômeno se formou sobre o Rio Grande do Sul e não sobre o mar, o que resultou na ocorrência de ventos fortes, com uma intensidade de 50 a 80 quilômetros por hora, em um número maior de cidades.

Risco continua

Segundo o Inmet, na madrugada desta quinta-feira, 13, o ciclone irá se deslocar em direção ao litoral gaúcho. As rajadas de vento irão atingir o sul, a faixa leste e serra do Rio Grande do Sul, além da região serrana, sul e leste de Santa Catarina, podendo superar 115 quilômetros por hora. Ao longo do dia, o ciclone irá avançar para alto-mar. Com isso, os ventos mais intensos devem se concentrar entre o litoral e o litoral do Paraná e, ainda, se intensificar sobre áreas litorâneas de São Paulo e Rio de Janeiro. Essa situação deve se manter até sexta-feira, 14.

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