Ao completar uma semana preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, sede da Lava Jato e por onde passaram os maiores empreiteiros do País, políticos, doleiros e ex-ministros nos últimos dois anos e meio, o ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB) recebeu nesta quarta-feira, 26, a visita de seus quatro filhos, além da mulher e também ré na Lava Jato, Cláudia Cordeiro Cruz.
É a primeira vez que Danielle Dytz, Camila Dytz, Barbara Cunha (a única filha do casamento de Cunha com Cláudia) e Felipe Dytz da Cunha visitam o pai na cadeia. Cláudia já havia visitado o marido na semana passada, por uma concessão especial da PF. A família Cunha chegou à sede da PF na capital paranaense por volta das 8 horas da manhã.
Danielle e Felipe Dytz já foram citados em investigações e também estão no radar da força-tarefa da Lava Jato, que investiga as transações das empresas da família sob suspeita de uso de dinheiro sujo. Danielle já é alvo de um inquérito que corre em sigilo e Felipe foi citado recentemente no pedido de prisão de Cunha.
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Ao pedir a prisão do ex-presidente da Câmara, a força-tarefa da Operação Lava Jato apontou que empresas ligadas ao empresário Henrique Constantino, um dos herdeiros da Gol Linhas Aéreas, teriam pago propinas ao peemedebista por meio de transferências à empresa Jesus.com – de Cunha e de Cláudia, sua mulher – e à GDAV, de Felipe e Danielle Dytz da Cunha, filha mais velha do ex-deputado.
Ao todo, foram identificados aportes para a Jesus.com que somam R$ 3,5 milhões (em 2012) e R$ 1 milhão para a GDAV (em 2015). A Procuradoria apura se as empresas de transporte de Constantino teriam pago valores ilícitos para se beneficiar de medidas de Cunha na Câmara. Em nota, a Gol diz estar colaborando e que abriu uma apuração interna.
Felipe, Danielle e Camila são filhos do primeiro casamento de Cunha. Bárbara é a quarta filha do peemedebista, fruto da união com Cláudia.
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