A família Schuch, de Cerro Alegre, mantém uma tradição no cultivo de hortigranjeiros que já está na terceira geração. E se depender da vontade da família de Marino Schuch, a produção de verduras está com o futuro garantido, pois a filha Daniela Patrícia Schuch, de 19 anos, está com firme propósito de seguir o legado iniciado com o bisavô.
Apostando num diferencial de mercado, Daniela está colocando em prática a implantação da Agroindústria Schuch, um empreendimento que higieniza e embala produtos hortigrangeiros colhidos na propriedade de 45 hectares para serem entregues aos clientes – em geral, empresas do ramo de alimentação empresarial.
Ao lado dos pais Marino e Marli, Daniela optou por permanecer em casa a deixar em busca de emprego na cidade. “Coloquei para ela o quanto ela ganharia lá, fazendo os cálculos com os custos que teria e ela acabou por ficar aqui, na propriedade, seguindo nosso negócio”, observou o pai Marino. Do total de 45 hectares, 15 são ocupados com o plantio de vários hortigranjeiros, como alface, aipim, pimentão, repolho, cenoura, beterraba, rabanete, tempero verde, entre outros.
Daniela se preparou para empreender e inovar. Fez alguns cursos de boas práticas sob orientação da Emater/Ascar-RS em Caxias do Sul (RS) e traçou um plano de negócios para empreender na propriedade do pai. Foi quando descobriu a necessidade de entregar um produto melhor acabado para as empresas de cozinha industrial.
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“Os produtos a gente tinha aqui na propriedade, mas havia a necessidade da gente entregar a produção melhor higienizada. E foi aí que investimos na agroindústria para a manipulação de alimentos”, observa Daniela. Além disso, outra necessidade era melhor aproveitar a produção, o que foi possível com as novas instalações.
Houve um investimento em torno de R$ 120 mil na construção de um prédio de 88 metros quadrados, dotado de câmeras frias para guardar o produto acabado -, além de equipamentos para higienização e embalagem a vácuo. Daniela estima que vai conseguir um incremento de renda em até 30%.
Um dos produtos que sai com melhor acabamento para as cozinhas industriais é o aipim – que sai agora embalado a vácuo e é congelado, sendo distribuído a partir da demanda dos clientes. “Estamos para adquirir uma máquina para descascar o aipim, sendo que uma para a limpeza de beterraba e cenoura já está em funcionamento”, salienta Daniela.
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Atualmente são três as pessoas que trabalham na agroindústria, no acabamento dos produtos. “A forma de trabalho ainda é um processo que ainda precisa ser aprimorado, pois estamos num sistema novo de trabalho e muitas coisas aprendemos no dia a dia”, cita a jovem. Durante a safra nas empresas, a agroindústria chega a entregar em torno de cinco mil quilos de hortigranjeiros dos mais diversos.
Desta forma, Daniela estima que esteja dando um passo à frente e não espera encontrar uma concorrência tão cedo. “É claro que essa é uma necessidade do mercado, mas hoje as empresas não vão precisar buscar artigos para as cozinhas industriais com qualidade longe de Santa Cruz, o que encarece o produto. Temos esta mesma qualidade aqui.”
O engenheiro agrônomo da Emater/Ascar -RS, Assilo Martins Corrêa, que acompanhou todo o processo de implantação da agroindústria explica que o próximo passo será obter a certificação de qualidade para a Agroindústria Schuch. “Vamos em busca da certificação e do enquadramento com a obtenção do selo Sabor Gaúcho, obtido junto ao Governo do Estado”, citou.
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Já Daniela faz planos para se qualificar ainda mais como gestora de negócio. Pretende cursar Administração ou alguma relacionada à produção de hortigranjeiros. Tudo para seguir com o legado da família na produção de alimentos.
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