A família de Carlos José Kolbe, 27 anos, morto após entrar em luta com a Brigada Militar de Candelária na noite dessa quinta-feira, 14, esteve reunida na praça central da cidade para pedir justiça na manhã desta sexta-feira, 15. Amigos e familiares seguiram em caminhada até a Brigada Militar. Na frente do prédio da corporação eles protestaram pedindo justiça.
Dionatan Oliveira, de 27 anos, primo da vítima, estava com Carlos no momento da confusão. Ele conta que eles estavam entre amigos, tomando uma cerveja, perto de onde ocorreu o fato. Em seguida, Carlos disse que iria sair para urinar e parou em frente a uma casa próxima. Ele não usou o banheiro de um posto, pois para frequentar o local é preciso pagar. “A Brigada já tinha passado e abordou algumas pessoas que estavam com o som alto”, relatou.
Minutos depois, Dionatan percebeu uma confusão e saiu para ajudar o primo. “Dois policiais estavam brigando com ele. Eu cheguei para intervir e uma mulher da BM, que estava junto, não deixou eu me meter”, contou.
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Dionatan lembra que dizia para o primo parar. “Quando ele se soltou e saiu andando, um deles atirou nas costas. Ele foi algemado caído no chão. Não precisavam ter feito isso, poderia ter dado então um tiro para cima, para acalmar a situação.”
Contraponto
De acordo com o major Fábio Vilnei da Silva Azevedo, que responde interinamente pelo Comando do 23° Batalhão de Polícia Militar, já foi aberto um boletim de ocorrência policial militar para apurar os fatos.
“Nunca incomodou ninguém”
O primo, que tem a mesma idade da vítima, diz que os dois foram criados juntos. “Como trabalhávamos em horários diferentes, conseguíamos nos reunir somente no fim de semana.”
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Dionatan comenta que o primo trabalhava como frentista, não tinha passagem pela polícia e era a fonte de renda da casa. “Ele morava com o pai e o irmão, que estão desempregados, e com a mãe que tem problemas de saúde. Mais da metade do salário dele era para manter as despesas da casa. Agora não sei como eles vão fazer”, enfatizou.
A família diz que vai buscar justiça. “A BM diz uma coisa que não foi aquilo. Várias pessoas estavam perto e viram como foi tudo. O Carlos era um guri bom, estava sempre brincando, nunca incomodou ninguém. Foi uma injustiça e uma covardia”, desabafou.
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