O acidente que matou pai, mãe e dois filhos moradores de Santa Cruz do Sul nesse sábado, 15, em Montenegro, no Vale do Caí, foi em um ponto da rodovia Tabaí-Canoas (BR-386) onde o trânsito está alterado há dois anos. A ponte sobre o Rio Caí, no sentido interior-Capital, foi bloqueada para obras em outubro de 2016. O projeto do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) era melhorar a estrutura em apenas 120 dias, mas os trabalhos demoraram mais de um ano para começar. A previsão agora é liberar a ponte antes da Páscoa de 2019.
Até lá os motoristas seguirão utilizando somente a ponte do sentido Capital-interior, que está em mão dupla. Além do risco de acidentes, o afunilamento provoca congestionamentos. No retorno de feriadões as filas chegam a quase 10 quilômetros no sentido interior-Capital.
O estreitamento de pista que acontece antes da ponte para quem segue em direção a Porto Alegre pode ter relação com o acidente. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Peugeot onde estava a família moradora de Santa Cruz – que viajava para Sapucaia do Sul – teria invadido a pista contrária e batido de frente em um Onix que vinha no sentido contrário. Com o choque, os dois carros pegaram fogo. Pai, mãe e filho de 12 anos morreram carbonizados. A filha de 3 anos foi jogada para fora do carro, presa à cadeirinha. Os quatro morreram na hora. O motorista do Onix sofreu ferimentos.
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Motoristas que vinham logo atrás deram relatos informais de que o condutor do Peugeot, Cristiano Ferreira da Silva, de 40 anos, teria reduzido para não bater na traseira de um caminhão poucos metros antes do afunilamento da pista. Até bem próximo ao local do acidente a BR-386 tem duas pistas para cada sentido, mas naquele ponto há um estreitamento e, quem segue em direção à Capital, precisa ocupar apenas uma. Com a freada o carro teria atingido os tachões que separam os dois sentidos da rodovia e rodopiado, invadindo a pista contrária.
A Polícia Civil de Montenegro ficará encarregada da investigação do acidente. Um inquérito deve ser aberto nesta segunda-feira, 17, para apurar as responsabilidades. Motoristas envolvidos no acidente e que passavam pelo local serão chamados para prestar depoimento. Um dos pontos que deverá ser esclarecido é se o caminhão que ia à frente do Peugeot da família não fez alguma manobra brusca à esquerda, por conta do estreitamento, obrigando o motorista do Peugeot a frear repentinamente.
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