Uma campanha virtual pretende arrecadar R$ 150 mil para ajudar uma moradora de Santa Cruz do Sul a custear um tratamento médico e, com ele, amenizar as sequelas causadas por um grave acidente de trânsito. Há mais de 20 anos, Gisele Kniphoff Tessmann batalha contra limitações para se locomover sozinha, restrições nos movimentos do braço direito e para se comunicar, além de sofrer com perda de memória.
Sobrevivente de uma colisão entre um automóvel e um caminhão quando adolescente, teve os sonhos interrompidos perante as sequelas da tragédia. Agora, aos 39 anos, surge uma chance de recomeçar.
Depois de tanto tempo realizando todo tipo de terapia possível – incluindo sessões de fonoaudiologia e fisioterapia –, a própria Gisele dedicou seu tempo a buscar novas alternativas. E encontrou um tratamento inovador realizado no Instituto de Recuperação Cognitiva e Funcional (Umani), em Passo Fundo, oportunizando a recuperação gradual da fala e dos movimentos para caminhar.
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Os custos para fazer o procedimento durante um ano chegam a R$ 200 mil. Ela precisará permanecer um mês na cidade, para depois voltar a cada 15 dias. Passados seis meses, precisará ficar mais um mês na clínica e depois retornar para as idas quinzenais. Após isso, será estudada a possibilidade de realizar outras terapias.
Mas antes, ela deverá passar ainda por uma cirurgia de urgência na laringe, que será realizada no Hospital da PUC, em Porto Alegre, e vai custar R$ 20 mil. Para conseguir esse valor, sua família iniciou uma vaquinha on-line. Atualmente, 25 pessoas já contribuíram, gerando uma arrecadação de R$ 3,6 mil.
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Uma tragédia que mudou os rumos da vida
Era por volta das 17 horas, dia 14 de janeiro de 2002, uma segunda-feira, quando Gisele Kniphoff Tessmann e o namorado Igor Schaeffer, ambos com 17 anos, saíram de Santa Cruz com destino ao litoral para aproveitar as férias. Cerca de meia hora depois, a viagem seria interrompida após o acidente envolvendo o Gol em que estavam e um caminhão da prefeitura de Venâncio Aires na RSC-287, na Linha Mangueirão.
Três pessoas – incluindo Igor, o motorista do Gol e a governanta responsável pelos adolescentes – morreram no local. Devido à gravidade da colisão, a jovem ficou em coma por um longo período e permaneceu hospitalizada durante quatro meses.
Após receber alta, uma nova vida se iniciaria para a única sobrevivente. Além de ter que lidar com a perda do namorado, precisou lutar contra as sequelas, que impediram a estudante de concluir o Ensino Médio e realizar o sonho de se formar em Medicina e trabalhar como pediatra.
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Não foi por falta de esforço. No entanto, precisou lidar com um grande obstáculo, a perda contínua de memória. As últimas lembranças de Gisele são anteriores ao acidente. Desde então, ela tem dificuldade de aprendizado, sendo necessário ouvir muitas vezes uma informação para assimilá-la. Sem conseguir absorver o conteúdo, não atingiu sua aspiração até o momento. No entanto, ela ainda não desistiu do seu objetivo.
Luta pela recuperação
A rotina de Gisele começa com um café e a leitura diária da Gazeta do Sul. Em seguida, inicia a rotina de exercícios repassados pela fonoaudióloga, já que a família não consegue pagar as sessões diárias, que seriam o ideal para ela. Duas vezes por semana, após terminar o almoço, ela segue para a fisioterapia particular ou na clínica da Faculdade Dom Alberto. Mais tarde, vai para a academia montada em sua casa pelos familiares durante 90 minutos.
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Nos horários livres, após as tarefas, gosta de passar o tempo nas redes sociais batendo um papo com os amigos. Sempre ao som da banda Brilha Som, que ela escuta o dia inteiro. Vaidosa, gosta de ir na manicure uma vez por semana. Também não perde a oportunidade de dar uma volta de carro ou ir em shows. Sempre que pode, tenta conhecer seus artistas favoritos. Mas um de seus passatempos favoritos é estar com a sobrinha Nicole, o seu “grude”.
Após a conclusão do tratamento em Passo Fundo, ela espera ter a oportunidade de aproveitar mais os seus momentos de lazer e dispor de uma qualidade de vida ainda melhor.
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