Há quatro meses, o criador de galinhas Rogério Severo se mudou com a família para a Travessa Rabuske, três quilômetros distante da RSC-287, no Distrito de Pinheiral, interior de Santa Cruz do Sul. No dia 15 de março, ele requisitou uma ligação de energia elétrica. A rede termina a 130 metros da casa. Mas, até agora, o pedido não foi atendido. 

“Eu até me disponho a cavar os buracos. Eles podem vir e colocar os postes e ligar os fios. Tem luz até para o potreiro das vacas de uma propriedade aqui perto. Eu ainda não consegui”, lamenta.

O próprio Rogério fez a fiação interna, colocou interruptores e tomadas, e instalou um poste ao lado do portão. Além da dificuldade diária por não ter luz – como ter que tomar banho frio –, a situação representa um risco para a saúde das filhas de Rogério, Paloma Francine e Maria Luiza, de 1 e 8 anos, respectivamente. Ambas sofrem de asma e precisam fazer nebulização constantemente. Sem energia para o aparelho, elas precisam ir até o hospital com frequência. A iluminação na casa fica por conta de um lampião a gás.

A RGE Sul confirmou que o pedido foi realizado no dia 15 de março. Porém, segundo a companhia, Rogério foi informado em 28 de março que a obra precisa de licenciamento ambiental. A concessionária recebeu o alvará somente no dia 26 de junho. Os fios chegarão até a casa do produtor de ovos em até 130 dias, conforme resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Ressaltamos que todos os prazos foram cumpridos, sendo a liberação superior a 30 dias somente pelo tempo de emissão do alvará ambiental pelo órgão responsável, o que se faz necessário devido às podas e supressões que serão realizadas”, diz a nota.