Em quase duas décadas, a história do Esporte Clube Avenida se mistura com a da família Eich. Após as campanhas no Gauchão entre 1999 e 2001, o clube entrou em uma grave crise financeira e enfrentou dificuldades para manter o departamento de futebol em atividade. Já em 2004, o trio formado por Jair Eich, Mário Trevisan e Elstor Desbessell uniu-se com o intuito de auxiliar o diretor Chico Koppe na gestão, principalmente para evitar o que ocorreu entre 1990 e 1997, quando o futebol avenidense ficou paralisado.
Para o desafio de montar um elenco com orçamento baixo, atletas da região foram chamados, conhecidos pelo destaque nos campeonatos amadores. Os três assumiram o compromisso em 2004 e puderam conhecer o Avenida por dentro. “Os atletas trabalhavam e realizavam os treinamentos no fim do dia. Foi a nossa largada na gestão”, explica Jair. O projeto avançou em 2005, mesmo com a saída de Mário Trevisan. No ano seguinte, Elstor Desbessell tornou-se presidente do Avenida.
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Para a campanha de 2006, a direção passou a contar com jogadores profissionais. Luiz Carlos Bertram, conhecido como Chicão, era o treinador. Ele indicou a contratação do zagueiro Márcio Nunes, que posteriormente conquistaria acessos como capitão e técnico da equipe. O elenco já treinava em dois turnos, com um trabalho mais consistente de preparação. Após liderar um grupo com oito equipes na primeira fase, o Avenida perdeu fôlego e encerrou em último no grupo da segunda fase, também com oito equipes.
Em 2007, o objetivo do clube era alçar voos mais altos. Pela primeira vez, atletas da primeira divisão foram vinculados para que pudessem atuar no Avenida após o encerramento do Gauchão. Em um grupo de seis equipes, o Avenida avançou na terceira posição. Na segunda fase, encerrou na quinta colocação em um grupo com apenas três classificados. A eliminação ocorreu com uma derrota por 2 a 0 para o Ypiranga em Erechim. “Tivemos lesões no grupo e a equipe não chegou em boas condições. Foi a primeira vez que pensei em não seguir à frente do futebol. Mas aconteceu ao contrário. Continuei com o intuito de realmente disputar o acesso”, destaca Jair.
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Na Divisão de Acesso, em 2008, o Avenida entrou na disputa com um elenco mais robusto, tendo quantidade e qualidade. Na primeira fase, liderou o grupo com sete equipes ao conquistar 11 vitórias e um empate. Na segunda fase, foi segundo em um grupo com oito equipes. No octogonal final, o Avenida obteve o acesso ao encerrar na segunda posição. O jogo da vaga foi em 16 de agosto, em uma vitória por 3 a 0 diante do São Paulo nos Eucaliptos.
Para Jair Eich, a primeira divisão era um mundo completamente diferente e desconhecido. Ainda inexperiente, o clube conseguiu a permanência ao ser sexto colocado na Taça Fernando Carvalho e quinto colocado na Taça Fábio Koff, somando nove pontos em cada um dos turnos. No geral, a equipe encerrou na 10ª posição entre os 16 participantes.
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Em 2010, Jair acredita que a equipe carecia de um melhor planejamento para encarar o Gauchão. Na Taça Fernando Carvalho, apenas um ponto foi somado em oito jogos. Já na Taça Fábio Koff, o Avenida chegou a seis pontos. Na classificação geral, o Periquito fechou na última colocação, sendo rebaixado.
Já em 2011, o Avenida iniciou a Divisão de Acesso com uma boa campanha. Garantiu a classificação na primeira fase ao ser segundo colocado em um grupo de sete equipes. Na segunda fase, liderou um grupo de quatro equipes e avançou para a terceira fase, em que também se classificou ao fechar em segundo entre cinco equipes. No quadrangular final, o acesso veio com o título, em uma vitória por 3 a 1 diante do Brasil no Estádio das Castanheiras, em Farroupilha, no dia 10 de julho.
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“Em 4 de abril de 2010, um domingo de Páscoa, dei uma entrevista para o Adriano Júnior após o descenso, no Parque Lami, diante do Porto Alegre. Falei que o Avenida voltaria no ano seguinte. Foi uma equipe forte, que agregou qualidade e competitividade para recolocar o clube na elite”, relembra Jair.
Na dramática partida disputada em Farroupilha, o time da casa saiu na frente com Rafael Xavier aos 19 minutos. Fininho empatou o jogo aos 30. Já no segundo tempo, abaixo de chuva, o centroavante Éder Machado virou o placar aos 42. Baiano ainda fechou a conta nos acréscimos.
Apesar dos percalços com a pandemia, que estralhaçou o planejamento financeiro e esportivo dos clubes, o Avenida ficou perto da promoção em 2021. Após empate em casa, uma derrota diante do Guarany em Bagé adiou o retorno. Contudo, em 2022, com muita persistência, o Avenida superou imensos desafios e sacramentou o quinto acesso em um intervalo de 15 anos.
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Após o início irregular de Rodrigo Bandeira, o capitão em 2011, Márcio Nunes, agora como treinador, chegou e conduziu a equipe rumo à classificação e às vitórias nos enfrentamentos contra Veranópolis e Passo Fundo no mata-mata. O clube ainda sofreu uma denúncia e precisou passar por decisões do TJD/RS e STJD para sacramentar o acesso.
Para Guilherme, havia uma certa confiança em 2021, mas a permanência na Série A2 proporcionou um momento de turbulência e indefinições. Já em 2022, o clube se reestruturou em meio à competição. “Temos uma grande bagagem neste retorno para a primeira divisão. Temos maior solidez. Construímos um histórico de capacidade e conhecimento. Agora precisamos pensar na manutenção e na busca por vaga em competição nacional”, aponta.
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