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DRAMA

Família de Simone não tem notícias há mais de um mês

Simone chegou a ser modelo profissional, mas acabou se afastando da família e viu sua saúde se debilitar por causa da anorexia

Após descobrir que Simone Costa Brasil vive como indigente em Nova York, parentes da santa-cruzense estão sem notícias dela há mais de um mês. A situação aumenta o drama da família, que lançou uma campanha para tentar resgatar a ex-modelo das ruas e submetê-la a um tratamento contra a anorexia.

A história de Simone foi contada em reportagem da Gazeta do Sul no último dia 8, semanas após familiares serem informados de que ela, que estava desaparecida há três anos, vive sem teto no distrito de Manhattan e com sérios problemas de saúde. Aos 44 anos, ela pesa em torno de 35 quilos e está sob risco de uma infecção generalizada por causa de um ferimento no pé que não foi tratado.

A situação foi revelada pelo Consulado-Geral do Brasil em Nova York porque Simone passou a procurar abrigo para fugir do frio no Hospital Mount Sinai, sem documentos e apresentando-se com outro nome. Desde então, um assistente social que atua na instituição vinha informando periodicamente a família sobre suas condições.

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No entanto, conforme o pai de Simone, Antônio de Godoy Brasil, há mais de 30 dias ela não aparece na casa de saúde. “Mandei dinheiro para ela, mas ainda não foi buscar”, lamenta. Para ele, a falta de informações só aprofunda a angústia. “Vivo com o coração despedaçado e desesperado para encontrar uma solução. É inaceitável, inadmissível deixá-la nessa condição. Durmo e acordo pensando em uma forma de resolver, mas até agora não consegui. Me sinto impotente e incapaz e me questiono o tempo todo o que eu posso fazer”, desabafa.

Antônio, que é motorista de caminhão e vive na Flórida, também descartou ir até Manhattan, já que Simone, apesar da gravidade de suas condições, rejeita qualquer tipo de ajuda. “Enquanto eu não tiver uma solução, não tenho coragem de ir lá só olhar para ela e não poder fazer nada. Seria absolutamente desesperador vê-la, dar as costas e ir embora”, conta.

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A intenção da família é trazê-la para o Brasil e interná-la de forma compulsória. Porém, devido à sua condição, isso não pode ser feito em um voo comercial e um avião fretado poderia custar mais de US$ 250 mil. Antônio, que atuou no antigo 8º Batalhão de Infantaria Motorizado (BIMtz) em Santa Cruz, vem mantendo contatos com integrantes do Exército em busca de autorização para embarcá-la em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

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“Conhecidos não ajudaram como eu esperava”, diz pai
Diante dos custos para trazer Simone ao Brasil e interná-la em uma instituição especializada, a família passou a pedir doações. Segundo o pai, porém, o resultado até agora foi “frustrante”, apesar de a campanha ter sido divulgada em quatro jornais, emissoras de rádio e em rede nacional de televisão no Brasil.

“Mesmo parentes, amigos, pessoas conhecidas não ajudaram como eu esperava. Diria que somente 2% dessas pessoas colaboraram. Os desconhecidos foram em número muito reduzido”, afirmou Antônio. Até agora, foram arrecadados US$ 3,5 mil – cerca de R$ 19 mil. É possível ajudar pelo site Vakinha (basta digitar “Ajudem a salvar Simone” e seguir as instruções) ou por Pix (a chave é o CPF 132.713.500-00).

A história
Simone começou a trabalhar como modelo aos 16 anos. Em 2002, foi para os EUA e radicou-se na Califórnia. Após um casamento no qual foi vítima de agressões, voltou para o Brasil em 2010, já com a saúde abalada pela anorexia. Nos anos seguintes, foi internada três vezes à força, mas nunca consentiu com o tratamento. Depois de deixar o hospital pela última vez, em 2018, não teve mais contato com a família. Seu paradeiro só foi descoberto no início de março deste ano.

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