Na última segunda-feira, 31, completou-se um mês da morte do santa-cruzense Matheus Osmar Alves, o Alemão. O jovem de 25 anos levou pelo menos seis tiros de pistola calibre 380 que atingiram a cabeça, tórax e membros, em uma esquina do Bairro Pedreira, entre a Travessa Krug e a Rua Peru. As circunstâncias e motivações do crime ainda são desconhecidas, bem como a autoria. Boatos sobre uma possível discussão, seguida de briga, são levantados na vizinhança de onde o fato aconteceu. Ainda assim, a família do jovem afirma estar de mãos atadas, à espera de algum posicionamento da Polícia Civil sobre o andamento das investigações.
“É triste porque de lá para cá, ficou por isso mesmo. Não tivemos mais notícias desse processo”, comentou o pai de Matheus, Oscar José Alves, de 52 anos. Ele revela ter sido intimado pela Polícia Civil nas últimas semanas para prestar depoimento no Centro Integrado de Segurança Pública, no Bairro Arroio Grande. O que a família de Alemão sabe até agora é que na noite de sua morte, minutos antes do assassinato, o jovem estava na casa dos sogros, no Bairro Bom Jesus, onde participava de um jantar, quando um rapaz teria chegado de moto e chamado por ele.
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O jovem teria dito a Matheus para ir com ele até a Travessa Krug, onde teriam uma conversa com um outro homem para resolver um assunto. Matheus Osmar Alves estava, então, trabalhando em um mercado como entregador de ranchos e fazendo bico em um canil, onde cuidava de cachorros da raça American Bully. Seus únicos antecedentes eram por incidentes de trânsito.
De acordo com o pai, a família permanece muito abalada com a situação. “A saudade não passa nem por um segundo. Estou sempre lembrando dele, mas não temos o que fazer. Estamos todos sofrendo muito por estarmos de mãos atadas, sem respostas”, desabafou.
A mãe de Matheus prefere não falar sobre o assunto. “Ela está muito triste, arrumou todo o quarto dele com as coisas no seu devido lugar e deixou organizado, como se estivesse esperando ele chegar”, comentou Oscar, que trabalha como chapeador. Matheus era seu único filho homem; ele tem ainda três filhas.
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Ainda de acordo com Oscar Alves, a ex-esposa de Matheus, que seria pai pela primeira vez, está grávida de três meses. Recentemente, ela descobriu que aguarda uma menina.
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“Situação bastante delicada”, diz delegado
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Embora a Polícia Civil compreenda a busca da família por respostas, os detalhes do que se sabe sobre o assassinato permanecem em sigilo, a fim de não prejudicar as investigações. Uma das provas técnicas analisadas pelo titular da 2ª Delegacia de Polícia, Alessander Zucuni Garcia, é o exame de necropsia feito no corpo de Matheus Osmar Alves, disponibilizado no dia 11 de agosto.
No documento, emitido pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) de Santa Cruz do Sul, ficou estabelecido que o jovem levou dois disparos na cabeça e dois no tórax, além de outros ferimentos por arma de fogo que atingiram os braços e as pernas. “Estamos analisando outras averiguações para o completo esclarecimento dos fatos. Ouvimos algumas pessoas que teriam presenciado parte da situação também, além de familiares da vítima”, comentou o delegado.
O pai de Matheus diz não acreditar que o homem de 22 anos que se apresentou à DPPA de Santa Cruz no dia 3 de agosto, afirmando ser o autor dos disparos que atingiram seu filho, é o verdadeiro assassino. No depoimento do suspeito à polícia, ele disse ter cometido o crime depois que a vítima e amigos o agrediram momentos antes. O motivo da briga teria sido uma desavença anterior. Esse mesmo homem já havia registrado uma ocorrência contra Matheus no dia 2 de agosto, dois dias após o crime, relatando que havia sido atacado por Alves.
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“Na sequência da investigação, estamos buscando elementos para confirmar se realmente procede esse princípio de autoria”, salientou Garcia. “Não é pertinente revelarmos mais detalhes no momento para não prejudicar as investigações. Em virtude de ser uma situação bastante delicada, repassá-los pode comprometer o trabalho”, complementou o delegado. Ele não definiu nenhum prazo para a conclusão do inquérito.
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