A morte de Sérgio Klein, de 56 anos, ainda provoca dor e revolta entre familiares e amigos do morador de Rio Pardinho, em Santa Cruz do Sul. Atropelado por um motorista que fugiu, no último dia 27 de fevereiro, no Centro de Vera Cruz, o homem deixou esposa e quatro filhos, um deles, paciente com paralisia cerebral. A família está inconformada com o andamento do caso e cobra que o condutor do automóvel que atingiu a vítima responda por homicídio doloso – com intenção de matar –, o que poderia levar o acusado ao banco dos réus em um júri popular.
Representante da família, o advogado Sebaldo Edgar Saenger Junior afirma que os parentes da vítima ficaram revoltados ao saber que o motorista apontado como causador do acidente foi liberado após se apresentar à Polícia Civil de Vera Cruz, nessa quarta-feira. Durante depoimento, o acusado permaneceu em silêncio, argumentando que só falaria em juízo. O nome dele é mantido em sigilo e, inicialmente, o caso é tratado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar, seguido de fuga do local do acidente. “Porém, entendemos que foi um crime brutal. A família não se conforma e quer levar o motorista a júri popular. Foi um pai de família tirado do convívio, de forma gratuita, de um modo inaceitável”, disse o advogado.
Toda a ação, por volta das 14h30, foi registrada por câmeras de segurança. O advogado afirma que, ao assistir as imagens, entendeu que houve intenção de matar por parte do motorista. “É possível perceber que o motorista dá uma guinada em direção de onde o Sérgio está, e aí o atropela. A guinada é indicativa de que ele quis matar o Sérgio”, afirma. “A posição da família é muito clara no sentido de que o caso não pode ser enquadrado como homicídio culposo. O evento que vitimou o Sérgio é um homicídio doloso.”
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Apesar de entender que houve intenção de matar, o advogado revela que não há suspeitas, por parte da família, de possíveis motivações para o crime. “A família quer que se faça justiça e não aceita que esse rapaz fique solto.”
O que diz a polícia
O delegado Paulo César Schirrmann, da DP de Vera Cruz, disse que não irá se posicionar sobre as afirmações do advogado da família, ou mesmo sobre o andamento do caso, até a conclusão do inquérito sobre a morte. “No momento não vamos expressar opinião referente ao enquadramento penal, porque o inquérito está apenas no início. Ao final haverá a conclusão, depois da análise de todas as provas, testemunhas, do esclarecimento dos fatos”, disse o delegado.
“Entendemos o posicionamento do advogado, que representa a família, que deve estar extremamente abalada, mas o inquérito terá curso normal.” O delegado ressaltou que o caso foi inicialmente enquadrado como homicídio culposo pelas características de crime de trânsito, mas que “eventuais desdobramentos” serão analisados durante o inquérito.
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