Revoltados, familiares e amigos de Augusto Pereira, 23 anos, gravemente ferido em um acidente no começo da madrugada do último sábado, clamam por justiça. O jovem professor de dança, conhecido pelo apelido de Guto, retornava para casa quando teve a motocicleta atingida na traseira por um Escort. Mesmo com a colisão, o motorista não parou o carro, arrastou Augusto por pelo menos 300 metros e depois fugiu do local. O fato aconteceu por volta da 0h30 na Rua Dona Carlota, Bairro Faxinal. De acordo com registro feito pelos policiais militares que atenderam à ocorrência, o homem foi localizado em casa poucos minutos depois, “com visíveis sinais de embriaguez”. Ele responde em liberdade e não pode ter o nome divulgado.
Populares que viram a cena relataram à família que a vítima só se soltou quando o carro passou por um quebra-molas. Em seguida, o Samu foi acionado para socorrer o jovem, que foi encaminhado para o Hospital Santa Cruz (HSC). Augusto sofreu fraturas nos dois tornozelos, traumatismo craniano, ferimentos graves no rosto e por todo o corpo e chegou a correr risco de morte. Ele foi submetido a diversos procedimentos cirúrgicos e passou a primeira madrugada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). No dia seguinte foi levado para o quarto, onde permanece internado em estado estável.
Indignada com a situação, a mãe de Augusto, Luciana Pereira, de 46 anos, conta que apesar de já ter apresentado uma melhora em relação ao quadro inicial, o rapaz tem sofrido com dores intensas. Em conversa com a Gazeta do Sul na recepção do HSC, ontem, ela revelou os momentos de pavor quando ficou sabendo do acidente. “Foi a duas quadras de casa. Saí correndo e encontrei já um monte de gente perto. Ele estava sentado no meio-fio, todo machucado”, lembra. Segundo Luciana, danos neurológicos não foram constatados pelos médicos, mas o filho tem ferimentos espalhados por todo o corpo e precisa, inclusive, de enxertos para “cobrir” as áreas mais atingidas. “O que mais me revolta é por que esse homem não parou o carro quando viu o Augusto em cima do parabrisa. Ele arrastou meu filho. Depois ele foi detido, levado para a delegacia visivelmente bêbado e, mesmo assim, liberado porque não havia flagrante. Onde está a justiça nisso? ”, desabafa.
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