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Família de doadora de órgãos reforça decisão: ‘Mesmo após a morte, ela pôde fazer o bem’

Foto: Divulgação

Setembro, mesmo que esteja chegando ao fim, ainda marca o período de conscientização sobre a doação de órgãos, mês dedicado às campanhas de incentivo e esclarecimento de dúvidas a respeito do tema. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos e ajudar milhares de pessoas que aguardam por um transplante em lista de espera.

O Dia Nacional de Doação de Órgãos foi lembrado no último domingo, 27, e serviu como lembrete à conversa sobre o tema. Assim como grande parte das famílias brasileiras, a de Maria* nunca havia conversado sobre doação de órgãos até o dia da morte dela, ocorrida em 2018. No momento da dor da perda, no entanto, os pais decidiram levar em conta a pessoa que ela era, o caráter e a vontade que ela tinha em ajudar o próximo.

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“Não pode existir dúvida”, ressaltou a mãe de Maria. “Quando existe a oportunidade de ajudar o próximo, sabendo que o coração de seu parente irá pulsar apaixonado em uma nova vida, ou que o pulmão irá respirar novos ares, é uma forma gratificante de saber que a pessoa continua viva”, justificou.

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Para a família, segundo os pais da doadora, é um conforto que alivia a saudade. “Pensando no bem do próximo amenizamos a nossa dor, pois estamos cientes que, mesmo após a morte, ela pôde fazer o bem a tantas famílias que hoje vivem felizes”, contou. “É um sentimento de paz, pois temos certeza que ela está orgulhosa por termos tomado essa decisão”.

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No Hospital Santa Cruz (HSC), a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) gerencia todo o processo de doação e captação de órgãos e tecidos na Instituição, sendo responsável por viabilizar o diagnóstico de morte encefálica, conforme Resolução do Conselho Federal de Medicina, realizar a abordagem e prestar esclarecimentos aos familiares sobre o potencial doador. A captação dos órgãos – exceto as córneas, após aceitação da família, é realizada por uma equipe especializada da Central de Transplantes do Estado.

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Criada há 18 anos, a comissão é formada por uma equipe multidisciplinar que desenvolve ações educativas e de conscientização sobre o funcionamento do programa e a importância do gesto de doar. O objetivo é estimular as famílias a conversarem abertamente sobre o assunto, bem como a quebra de mitos e tabus referentes à doação de órgãos e tecidos.

*Nome fictício para proteger a identidade da paciente e familiares.

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Algumas dúvidas comuns:

1. Quero ser um doador de órgãos, o que devo fazer? Você precisa conversar com sua família e deixar claro o seu desejo de ser doador, porque é ela quem irá decidir sobre a doação dos órgãos. Compartilhe com sua família o seu desejo.

2. Que tipos de doadores existem? Existem dois tipos de doadores. Doador vivo: pessoa saudável, que concorde com a doação, e que faça isto de forma voluntária e altruísta. Este doador pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Perante a legislação, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não parentes, somente com autorização judicial. Doador falecido: são pacientes com diagnóstico de morte encefálica, que se encontram internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou Emergência.

3. O que é morte encefálica?
É a morte do cérebro, incluindo tronco cerebral que desempenha as funções vitais, como o controle dos órgãos vitais. Por isso, a morte encefálica já caracteriza a morte do indivíduo, pois não há circulação sanguínea no cérebro.

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5. Após a doação dos órgãos a aparência do corpo muda? A retirada dos órgãos é realizada por profissionais altamente capacitados e, como em qualquer outra cirurgia, a região do corpo onde foi realizado o procedimento é coberta por curativo, não havendo mudança da aparência.

6. Quem recebe os órgãos doados? Pacientes que aguardam o transplante de órgãos em lista única, regulada pela Central de Transplantes do Estado.

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