Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

Solidariedade

Família de doadora de órgãos reforça decisão: ‘Mesmo após a morte, ela pôde fazer o bem’

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Setembro, mesmo que esteja chegando ao fim, ainda marca o período de conscientização sobre a doação de órgãos, mês dedicado às campanhas de incentivo e esclarecimento de dúvidas a respeito do tema. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos e ajudar milhares de pessoas que aguardam por um transplante em lista de espera.

O Dia Nacional de Doação de Órgãos foi lembrado no último domingo, 27, e serviu como lembrete à conversa sobre o tema. Assim como grande parte das famílias brasileiras, a de Maria* nunca havia conversado sobre doação de órgãos até o dia da morte dela, ocorrida em 2018. No momento da dor da perda, no entanto, os pais decidiram levar em conta a pessoa que ela era, o caráter e a vontade que ela tinha em ajudar o próximo.

“Não pode existir dúvida”, ressaltou a mãe de Maria. “Quando existe a oportunidade de ajudar o próximo, sabendo que o coração de seu parente irá pulsar apaixonado em uma nova vida, ou que o pulmão irá respirar novos ares, é uma forma gratificante de saber que a pessoa continua viva”, justificou.

Publicidade

Para a família, segundo os pais da doadora, é um conforto que alivia a saudade. “Pensando no bem do próximo amenizamos a nossa dor, pois estamos cientes que, mesmo após a morte, ela pôde fazer o bem a tantas famílias que hoje vivem felizes”, contou. “É um sentimento de paz, pois temos certeza que ela está orgulhosa por termos tomado essa decisão”.

LEIA MAIS: Transplantes de órgãos caem 37% em 2020 por causa da pandemia

No Hospital Santa Cruz (HSC), a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) gerencia todo o processo de doação e captação de órgãos e tecidos na Instituição, sendo responsável por viabilizar o diagnóstico de morte encefálica, conforme Resolução do Conselho Federal de Medicina, realizar a abordagem e prestar esclarecimentos aos familiares sobre o potencial doador. A captação dos órgãos – exceto as córneas, após aceitação da família, é realizada por uma equipe especializada da Central de Transplantes do Estado.

Publicidade

Criada há 18 anos, a comissão é formada por uma equipe multidisciplinar que desenvolve ações educativas e de conscientização sobre o funcionamento do programa e a importância do gesto de doar. O objetivo é estimular as famílias a conversarem abertamente sobre o assunto, bem como a quebra de mitos e tabus referentes à doação de órgãos e tecidos.

*Nome fictício para proteger a identidade da paciente e familiares.

LEIA TAMBÉM: Campanha da Prefeitura de Santa Cruz incentiva doação de órgãos

Publicidade

Algumas dúvidas comuns:

1. Quero ser um doador de órgãos, o que devo fazer? Você precisa conversar com sua família e deixar claro o seu desejo de ser doador, porque é ela quem irá decidir sobre a doação dos órgãos. Compartilhe com sua família o seu desejo.

2. Que tipos de doadores existem? Existem dois tipos de doadores. Doador vivo: pessoa saudável, que concorde com a doação, e que faça isto de forma voluntária e altruísta. Este doador pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Perante a legislação, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não parentes, somente com autorização judicial. Doador falecido: são pacientes com diagnóstico de morte encefálica, que se encontram internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou Emergência.

3. O que é morte encefálica?
É a morte do cérebro, incluindo tronco cerebral que desempenha as funções vitais, como o controle dos órgãos vitais. Por isso, a morte encefálica já caracteriza a morte do indivíduo, pois não há circulação sanguínea no cérebro.

4. Morte encefálica é o mesmo de coma? Não, são diferentes. No coma, as células cerebrais continuam vivas, executando suas funções. Na morte encefálica, as células nervosas estão sendo rapidamente destruídas, sendo este processo irreversível.

Publicidade

5. Após a doação dos órgãos a aparência do corpo muda? A retirada dos órgãos é realizada por profissionais altamente capacitados e, como em qualquer outra cirurgia, a região do corpo onde foi realizado o procedimento é coberta por curativo, não havendo mudança da aparência.

6. Quem recebe os órgãos doados? Pacientes que aguardam o transplante de órgãos em lista única, regulada pela Central de Transplantes do Estado.

LEIA TAMBÉM: Hemovida tem queda de 20% nas doações de sangue em Santa Cruz

Publicidade

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.