Pai, marido e exemplo de profissionalismo, Olívio Xavier da Luz completaria 100 anos hoje. Nascido em Rio Pardo em 27 de novembro de 1920 e falecido em 1992, ele será lembrado pela família com uma missa em sua memória, realizada na Catedral São João Batista, em Santa Cruz do Sul, nesta sexta-feira, 27, às 18h15.
Olívio era filho de Aristides Francisco da Luz e Marieta Xavier da Luz, primeiro de cinco irmãos. Em 1945 casou-se com Berenice Paranhos da Luz, com quem teve 11 filhos: Ana Maria, Cecília Inês, Gabriel Francisco, Olívio Carlos, João Luiz, José Antônio, Marcelo Augusto, Ângelo Alberto, Rosária Lenira, Gilberto Inácio e Léo Marcos. Viúvo, casou-se novamente com Mari Ceni Freitas, com quem teve a filha Lívia Maria. Olívio teve ainda 25 netos e 21 bisnetos. Os filhos Olívio Carlos e João Luiz são falecidos. Os outros filhos residem em Santa Cruz do Sul, Cruz Alta, Porto Alegre e também em Santa Catarina.
Quando residia em Rio Pardo, ele foi correspondente do jornal Diário de Notícias e atuou como farmacêutico prático, profissão que exercia quando decidiu prestar o concurso para exator. Ele ficou em 11º lugar na classificação do Estado e, em 1958, foi morar em Carazinho para trabalhar na Exatoria Estadual.
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Em 1959 foi transferido para Vera Cruz, quando o município foi emancipado, e se tornou seu primeiro exator. Após, morou em Santa Cruz do Sul. No Natal de 1960, a família se mudou para uma casa na Rua Marechal Deodoro, ao lado do Hotel Mauá, onde hoje fica o Banco do Brasil. Sua aposentadoria, em 1976, não significou o fim de sua carreira profissional.
Perseguindo o sonho de uma vida, de se tornar advogado, realizou supletivo para concluir o primeiro e o segundo graus. Em 1972, o apaixonado pelas leis decidiu prestar vestibular para o curso de Direito, junto com os colegas e amigos da Exatoria, Ruben Agostinho Baumhardt e José Bauer Nunes. Olívio passou em 6º lugar. Sua formatura, em dezembro de 1976, foi motivo de grande orgulho para a família, admirada com o esforço, dedicação e amor ao Direito. Olívio chegou a exercer a profissão ao lado do filho João Luiz.
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Com o apoio da mãe, professora, e do pai autodidata, quase todos os filhos do casal graduaram-se no Ensino Superior. Os filhos Cecília Inês e José Antônio também se formaram em Direito. De acordo com um dos filhos, o funcionário público estadual aposentado Ângelo Paranhos Luz, o pai sempre foi muito religioso. Quando jovem, era membro da Igreja Católica Nossa Senhora do Rosário. Mesmo com o cuidado com os filhos e as atividades profissionais, Olívio atuou ativamente na preparação de casais na Comunidade Católica, além de pertencer ao Movimento Familiar Cristão (MFC).
Após o segundo casamento, Olívio Xavier da Luz foi residir em Encantado com Maria Ceni, onde viviam grandes amigos do casal, Coriolano e Eda Rodrigues, que foram os padrinhos da filha caçula, Lívia. “Quando a mãe faleceu, ele casou de novo com a pessoa que viveu os últimos anos com meu pai, e que foi uma grande companheira dele”, conta o filho.
Em 1987, o casal voltou a residir em Santa Cruz do Sul. Olívio faleceu em março de 1992, aos 71 anos, e foi sepultado no Cemitério Católico.
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LEGADO DE PROFISSIONALISMO
Para Ângelo, a história do pai deixou um grande legado de vida. Até hoje é lembrado pela família e amigos, como um bom pai e marido e um homem muito inteligente. Além de exercer diversas profissões ao longo da vida e se dedicar ao trabalho, o fato de estudar Direito quando já não era jovem foi motivo de grande admiração. Com estudo apenas até o 3º ano e a maioria dos filhos formados, ele resolveu voltar às aulas. Segundo o filho, Olívio sempre gostou de ler livros jurídicos e seu grande sonho era participar de um júri, desejo que concretizou várias vezes na carreira como advogado criminalista.
Olívio sempre foi muito sério, de acordo com o filho. “Ele era muito rígido. Mas com 11 filhos, para manter tudo na linha, tinha que ser muito sério. Meu pai foi muito trabalhador e cobrava resultados de todos os filhos.”
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Aos domingos, a rotina era sempre a mesma: ir à missa, sem falta, e acompanhar os jogos do tricolor, já que era torcedor do Grêmio. Outro hábito cultivado durante toda a vida foi a leitura de jornais, mesmo após ter deixado de ser correspondente. “O jornal era o hobby principal. No domingo, a gente tinha que comprar todos os jornais e ele passava o dia lendo”, relembra Ângelo. Um dos hábitos era sair do trabalho e ir para a chácara, onde gostava de cultivar uma pequena horta.
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