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Família Busatto: o cultivo da soja passado de geração em geração

O amor pela terra pode passar de geração para geração e ligar famílias através de uma cultura. É isso que ocorre com a família Bussato, da localidade de Campestre, interior de Sobradinho. O precursor do plantio da soja na família, Olavo José Busatto, 84 anos, acompanhou os filhos Ivo, 58 anos, e Gilmar, 56 anos, seguirem com a tradição. O filho de Ivo, Tiago Busatto, 23 anos, escolheu permanecer no campo, ao lado da família, e dar prosseguimento à cultura.

Para o jovem, trabalhar junto com o avô, o pai e o tio é uma satisfação. Tiago ainda frisa que o trabalho em conjunto rende mais. “É como dizem, quanto mais foice, mais roçada”, brinca.

Atualmente eles cultivam em torno de 300 hectares de soja, nos municípios de Sobradinho, Passa Sete e Candelária. Olavo lembra que, quando ele iniciou com a cultura, tudo era mais difícil, a tecnologia estava distante e o trabalho era pesado. Hoje, quando vê os filhos e o neto trabalhando, diz que tudo está mais fácil, o que influencia a decisão do jovem de permanecer na lavoura.

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Conforme Tiago, a colheita começou no dia 25 de fevereiro. Segundo ele, ainda não é possível fazer uma projeção de como será a safra, tendo em vista a estiagem que segue prejudicando severamente a região. O início, no entanto, está satisfatório. Já Ivo diz que é cedo para fazer alguma projeção. Como a estiagem prejudicou bastante a produção, se forem colhidas 50 sacas por hectare eles dizem que ficarão satisfeitos. A previsão inicial era colher 70 sacas por hectare.

Foto: Katieli Kohls/Gazeta da Serra
Estiagem prejudicou a produção neste ano

 

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Tiago contou que no início da plantação foi a chuva que prejudicou a germinação da semente, e agora é a seca que compromete a produção: “Dá para se dizer que são 15 sacas a menos que no ano passado, nessas áreas já colhidas”.

Para Ivo, ver o filho dando prosseguimento à cultura é muito gratificante e passar os ensinamentos de pai para filho é algo maravilhoso. Ele conta que sempre viveu no interior, que Tiago começou a gostar da lavoura, se dedicar e escolheu seguir esse caminho. “Eu ensinei ele desde novo, ele sempre foi comigo para a lavoura e, graças a Deus, temos um sucessor na família”, relata.

Ivo lembra que já passou por outros períodos em que estiagens severas prejudicaram a plantação e diz não esconder de ninguém que ainda segue pagando uma dívida que foi contraída em virtude da estiagem em 2005. Segundo o produtor, esta conta, embora pequena, impede que a família faça um investimento em outra coisa. “Se a gente não vence pagar a conta o banco prorroga, mas o dia de pagar chega, esse ano tínhamos uma expectativa muito boa, a previsão do tempo nos informava um ano muito bom, e agora estamos com essa grande estiagem, mas vamos driblar isso, vamos dar um jeito, vamos fazer a carroça andar, não tem espaço para vacilar na agricultura, é preciso levar a lavoura como uma empresa, não dá para brincar”, diz.

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O caçula da família destacou que sempre é feito um trabalho no solo, uma boa cobertura, antes de iniciar uma nova safra. Mesmo quando a previsão indica um ano bom é preciso ficar atento e ter cuidado com o planejamento. “É uma dedicação de todo o ano buscando chegar no final e produzir uma boa safra”, acrescenta Tiago.

De acordo com o chefe do escritório da Emater de Sobradinho, Adriano Dreher, a cultura da soja terá uma quebra, já que a estiagem prejudicou fortemente o desenvolvimento da planta, exigindo um bom preparo de solo para conseguir um resultado satisfatório.

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Para a família Busatto, a safra passada foi boa, mas teve quebra pelo excesso de chuva, diferente desse ano. Por essa razão, Ivo frisa a importância de ter uma estrutura bem preparada, já que segundo ele “do céu não vem nada”. Eles esperam que, apesar das dificuldades climáticas, seja possível produzir uma boa safra, mas já reforçando a expectativa para a próxima, que possa ser melhor e que o clima colabore com os agricultores.

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