Bancário concursado e com 18 anos de carreira, o filho do atual vice-presidente da República foi promovido para o cargo de assessor especial da presidência do Banco do Brasil. Tanto pelo parentesco quanto pelo fato de haver triplicado o salário do servidor, é assunto polêmico.
Perguntas. Ao convidar e nomear o colega, o presidente do Banco do Brasil não deduziu e pressentiu a polêmica que iria ocorrer e as explicações que teria que dar?
Na suposição de que previsse a polêmica, não teria consultado previamente o funcionário sobre a inconveniência do ato? Ou consultado o próprio vice-presidente da República?
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Se o presidente do banco não fez nem uma coisa nem outra, isto é, deduzir e pressentir a polêmica, e, consequentemente, realizar as consultas prévias, significa que é de absoluta confiança? Ou, face ao previsível desgaste, seria um “amigo da onça”? Ou, simplesmente, acatou ordens superiores?
E o filho não percebeu que sua indicação iria atingir negativamente o governo e o próprio pai? Não seria o caso de o filho recusar o convite de pronto? Ou, então, o filho não teria consultado o pai sobre a conveniência do ato? E se o fez, não teria sido o caso de o pai contestar o ato e advertir sobre as incoerências públicas e desgastes inerentes?
Se não consultou, ou se consultou, ambos (pai e filho) estariam indiferentes às consequências políticas? Afinal, o vice-presidente Mourão de fato não sabia acerca da respectiva nomeação?
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A natureza do fato e sua óbvia repercussão permitem deduzir que os envolvidos são/estão indiferentes às consequências negativas pessoais, bancárias e governamentais?
Seja qual for a explicação e justificativa legal invocada, e mesmo que o parente possa ser exemplar e qualificado para a função, o ato de nomeação viola os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade. Fere a credibilidade do governante, a relação ética e a conveniência da administração pública.
Em qualquer nível da administração (municipal, estadual e federal), a nomeação de parentes de governantes dissemina um constrangimento entre os demais servidores. O que resulta em inibição para qualquer avaliação crítica e autocrítica relativamente à gestão.
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Os erros e abusos ocorridos no governo anterior, não só no Banco do Brasil, não justificam outro erro e abuso. O que está em discussão não é a repercussão financeira. É uma questão ética.
Revela grave contradição relativamente ao anunciado modo novo de governar. Assim como sugere pensar que o refrão eleitoral “família acima de tudo” é critério de recrutamento de pessoal!
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