A Prefeitura de Santa Cruz do Sul ainda aguarda os levantamentos da Defesa Civil, secretarias municipais e entidades empresariais para, com base nesses dados, tomar a decisão de decretar ou não situação de emergência no município em razão dos estragos causados pela chuva da última quinta-feira.
Em entrevista à Rádio Gazeta na manhã dessa segunda-feira, 1º, a prefeita Helena Hermany (PP) afirmou que esse embasamento é necessário para que o decreto não tenha problemas com a legislação. A prefeita pediu que as empresas atingidas informem à Associação das Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp) os dados e números dos prejuízos.
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“Nós sabemos que muitas empresas tiveram os seus estabelecimentos invadidos, muito comércios tiveram prejuízos, então pedimos que todos façam esse levantamento”, disse. Caso a situação de emergência seja decretada, o município terá uma linha de crédito especial da Caixa Econômica Federal, com juros menores e prazos estendidos, para auxiliar os empreendimentos.
Além disso, as pessoas físicas atingidas também terão direito de sacar o fundo de garantia. “A pessoa saca esse dinheiro e compra móveis novos, compra o que precisa. Isso gira a roda do comércio. Nós recebemos muitas doações, mas elas não são suficientes para atender todos que tiveram perda total em suas casas. O fundo de garantia ajuda não só as pessoas a comprarem novamente seus móveis, mas também o comércio a fazer vendas”, completou Helena.
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Ela lembrou que a Prefeitura também ganha a possibilidade de realizar contratos emergenciais, acelerando as obras que precisam ser concluídas. O prazo para decretar ou não situação de emergência termina na próxima sexta-feira. “Por isso estamos pedindo esses dados. Já mandamos para todas as entidades e associações. Reforço o pedido para que as empresas façam esse levantamento, porque isso vem em benefício de toda a nossa comunidade”, disse Helena.
A prefeita ainda agradeceu o apoio e as doações recebidas do governo do Estado, entidades, grupos de voluntários e cidades vizinhas. “Hoje [segunda-feira] pela manhã, quando cheguei no Pavilhão 3 (do Parque da Oktoberfest), quase não deu para entrar de tanta doação.” Os itens mais necessários são materiais de limpeza, fraldas, eletrodomésticos e colchões.
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População precisa ajudar a cuidar dos bueiros
Outro pedido feito pela prefeita Helena Hermany foi para que a população ajude o poder público a manter a rede de drenagem limpa e fluindo. “O nosso povo é caprichoso, é solidário, mas pelo amor de Deus, não coloquem sujeira nos bueiros. Esses dias passei por uma senhora e quase parei, ela estava varrendo a calçada e colocando todas as folhas no bueiro. Isso vai acumulando e depois de um tempo não tem mais lugar para a água passar”, alertou.
Outro problema apontado por ela são os restos de construção, que muitas vezes são deixados nas calçadas e acabam levados pelas chuvas, contribuindo para a obstrução dos canos e bocas de lobo. Helena informou que vai pedir a fiscalização dos bueiros, para que eles estejam sempre em declive, e não no mesmo nível da rua, como acontece com a maioria deles atualmente. “Precisa ser assim para que a água entre por ali. Tem uma série de coisas pequenas, mas que têm grande interferência”, observou.
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A prefeita lembrou que não basta a cidade crescer com novos prédios e condomínios sem que haja, igualmente, a ampliação das redes pluviais para o escoamento correto da água e do esgoto. “Nós temos canalizações que não dão conta, porque não é só canalizar. Quando isso é feito, a água ganha muita pressão e daqui a pouco estoura. Sei também de relatos onde os canos começam bem largos e depois vão estreitando. Claro que isso não dá certo.”
Helena garantiu que a Prefeitura pretende fazer um estudo ampliado da situação da rede de escoamento de Santa Cruz do Sul. “Claro que isso não vai ser de um dia para o outro, mas o que nós podemos começar a fazer hoje é cuidar das nossas bocas de lobo.”
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Vera Cruz
A Prefeitura de Vera Cruz trabalha na conclusão dos últimos relatórios necessários para que o governo municipal possa decretar situação de emergência. Assim como Santa Cruz, a Capital das Gincanas foi castigada pela enxurrada da última quinta-feira, com precipitação de 120 milímetros em alguns locais, o que deixou inúmeros prejuízos. O decreto deve ser assinado pelo prefeito Gilson Becker (PSB) nesta terça-feira.