Em tempos de pandemia, quando milhares de pessoas morrem, diariamente, por causa de algo ainda novo para nós, o que vejo são inúmeras manifestações de pessoas que negam a existência da doença ou a gravidade dela. Além disso, os discursos de ódio são dos mais diversos. Falta empatia, amor ao próximo.
Como jornalista, presencio os mais diversos xingamentos. São para nós, profissionais da comunicação; para os profissionais de saúde, que estão arriscando suas vidas; para quem sai para trabalhar; para quem não sai para trabalhar; para quem fica em casa; para quem não fica em casa. Enfim, é uma falta de respeito com o próximo e com a decisão de cada um.
Lembro bem de quando a pandemia iniciou, mais de um ano atrás. Me marcou muito o comentário, no Facebook, de uma mulher, em uma matéria publicada no Gaz, sobre os primeiros casos de Covid. Ela dizia que estávamos loucos por uma morte, mas que nós, jornalistas da Gazeta, seríamos os primeiros a morrer de tanto que desejávamos isso. Fico pensando: como uma pessoa pode desejar o mal de outra? Ainda mais sem nem conhecer? Para quem não sabe, a imprensa é um serviço essencial, que pode e deve trabalhar na pandemia. A população tem o direito de ficar informada. Não quer? É só não ler.
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Acho que essas pessoas só vão acreditar na gravidade da situação quando a morte bater em casa, na vizinha, no trabalho. E, ao contrário do que pensam, não queremos noticiar coisas ruins, não queremos noticiar que cinco pessoas morreram somente em uma madrugada por causa da doença. Queremos falar de coisas boas, mas, em tempos de pandemia, está difícil.
Lembro bem de como eu fiquei emocionada quando as primeiras vacinas chegaram a Santa Cruz. Emocionada como profissional e como cidadã. Emocionada pela ciência, que foi capaz de descobrir doses que podem salvar vidas. Muita gente já morreu, muita gente vai morrer, mas temos uma salvação. Basta também mantermos os cuidados, para que não sejamos contaminados.
E, antes de destilar veneno por aí, pense que aquela pessoa que trabalha informando, cuidando ou qualquer outra coisa, tem também família, sentimentos e medo! Tenha respeito; respeite as opiniões sem ferir ninguém.
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Dizem que depois que tudo isso passar seremos pessoas melhores. Será? Ainda dá tempo de ter mais empatia…
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