As três ambulâncias de suporte avançado do Samu vão interromper seu atendimento à população da região a partir da próxima segunda-feira, 16. A afirmação é do prefeito Airton Artus, que também preside a Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp). As três UTI móveis, que são ligados às bases do Samu de Venâncio Aires, Santa Cruz do Sul e Rio Pardo, terão suas atividades paralisadas pela ausência de repasses financeiros por parte do Governo do Estado. A decisão definitiva sobre a interrupção do serviço foi tomada de forma conjunta na manhã desta quinta-feira, 12, em reunião extraordinária entre as secretarias de Saúde dos municípios abrangidos pela 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS).
Segundo a procuradora-geral de Venâncio Aires, Gisele Spies Chitolina, os débitos do Governo do Estado com a Prefeitura chegam hoje a R$ 400 mil. O mesmo montante é devido à Prefeitura de Santa Cruz do Sul, enquanto com Rio Pardo o atraso no repasse de valores para a manutenção do serviço chega a R$ 1,2 milhão. A paralisação das ambulâncias de suporte avançado prejudica também o atendimento nas estradas da região que são administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). Conforme Gisele, a Prefeitura já notificou o Ministério Público a respeito do ocorrido, procedimento que deverá ser seguido pelos governos de Santa Cruz do Sul e Rio Pardo.
Em janeiro deste ano, a Secretaria Estadual da Saúde chegou a anunciar que colocaria os pagamentos em dia, o que não aconteceu. Na última semana, o prefeito Airton Artus buscou audiências por diversas vezes com o governo gaúcho para tentar uma alternativa à interrupção do atendimento, mas sem sucesso. Entre as opções, estava a participação da EGR no rateio das despesas do serviço. “Diante das negativas e da situação financeira delicada dos municípios, que já vinham num esforço muito grande para manter as duas unidades de UTI Móvel, não tivemos outra opção senão suspender o atendimento”, declara Artus.
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Cada ambulância de suporte avançado do Samu conta com seis médicos, cinco enfermeiros e cinco condutores. O atendimento abrange os 13 municípios da 13ª CRS, sob gestão do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), numa população total de cerca de 330 mil habitantes. Para a manutenção das unidades de UTI Móvel, os custos são divididos entre as prefeituras e o Governo do Estado, que necessita repassar R$ 90 mil mensais para manter cada ambulância em funcionamento.
SAMU BÁSICO MANTIDO
A suspensão do atendimento atingirá somente as ambulâncias de suporte avançado que atendem à região do Vale do Rio Pardo. O outro veículo, de suporte básico, segue suas atividades normalmente.
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