O surto de influenza aviária que atinge parte da Europa e os Estados Unidos tem impactado a economia desses países e também o bolso da população. O alto volume de mortalidade das aves afetou a produção, principalmente do ovo de galinha, que é fonte de proteínas, minerais e vitaminas e ingrediente fundamental no preparo de pães, massas, bolos e doces. O resultado desse cenário foi o esvaziamento das prateleiras.
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Para se ter ideia, hoje, nos Estados Unidos, o preço de uma dúzia de ovos chega a 25 dólares, o que ultrapassa R$ 120,00 na cotação atual. O Brasil, no entanto, está à margem desse problema. Com uma produção sustentável e já exportando para os países que sofrem com a falta, o setor nacional não vislumbra dificuldades, pelo menos momentaneamente.
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“Fazemos uma análise criteriosa sobre o que acontece lá fora, com o que acontece aqui. O setor vem trabalhando numa situação de alerta permanente, e no momento não vai ter desabastecimento. O Brasil produz em larga escala e estamos começando a atender à demanda de muitos países”, disse o presidente-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, em entrevista à jornalista Maria Regina Eichenberg, no programa Rede Social, da Rádio Gazeta 107,9 FM.
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Fluxo produtivo afetado pela guerra
Segundo Santos, o sacrifício sanitário das aves acometidas pela influenza ocasiona um corte substancial na produção dos ovos e da carne de frango. “Até ocorrer a reposição, produção dos pintinhos, ter poedeiras e elas atingirem idade para reproduzir e colocar ovos, isso demora.” O fluxo produtivo também é afetado pela guerra entre Ucrânia e Rússia.
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“A Ucrânia, potencial produtor de grãos que são a ração das aves, estava com navios represados. A Rússia também sofreu embargos e sanções de países europeus e aliados da Otan. E tudo isso reflete no fluxo produtivo e comercial de um alimento produzido em larga escala para atender milhares de pessoas, seja na forma in natura ou industrializado”, salientou.
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Não vai faltar, mas preço poderá aumentar
No Brasil, embora não haja previsão de falta do produto, existe a possibilidade de o preço aumentar devido a fatores que impactam a produção, sobretudo a alta do preço do grão do milho, que corresponde a 70% da ração das aves. “O preço chegou a outros patamares nos últimos dois anos e não voltou mais. A saca de 60 quilos oscila em torno de R$ 95,00, sendo que há dois anos pagávamos R$ 46,00. Isso tudo impacta”, disse o vice-presidente da Asgav.
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“Trabalhamos com margens apertadas e estamos ajustando a oferta. Por outro lado, nós temos um quadro de exportação interessante. O Rio Grande do Sul exportou no ano passado 2,8 milhões de toneladas, ficando atrás apenas do Mato Grosso no Brasil. Com certeza vão acontecer aumentos, mas na forma de repasses gradativos”, salientou José Eduardo dos Santos.
Segundo ele, não haverá aumento nos patamares de 30%, 35%, e sim na casa de 7%, 10% e 15%. Sobre a possibilidade de a influenza aviária atingir o Brasil, José Eduardo dos Santos revela preocupação. “Nos preocupa o avanço da influenza aviária na Bolívia, Equador e Chile. Estamos em estado de alerta, com campanhas e orientações para o nosso setor.”
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