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PREOCUPAÇÃO

Falta de mão de obra desafia setor metalmecânico em Venâncio Aires

Foto: Lula Helfer/Banco de Imagens

O segmento metalmecânico é um dos setores industriais mais representativos na economia do Rio Grande do Sul, com participação de cerca de 37% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial, de acordo com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Em Venâncio Aires, sua importância também é significativa e, apesar dos impactos da pandemia de Covid-19, está sendo registrado crescimento.

Conforme o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Venâncio Aires, Nelsoir Battisti, desde 2021 a área deu um grande salto, com aumento de produção e aumento na busca por equipamentos que são produzidos no município. O que falta, no entanto, é mão de obra para desempenhar as atividades nas fábricas. “Estamos trabalhando a qualificação profissional principalmente para o setor metalmecânico. A venda aumentou e a procura por mão de obra qualificada também.”

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O programa a qual Battisti se refere é o Qualifica Venâncio. “Fizemos um levantamento junto às empresas sobre a necessidade do mercado de trabalho e fizemos uma contratação principalmente junto ao Senai para qualificação profissional. Estamos fornecendo cursos 100% gratuitos para suprir essas necessidades que os empresários nos apontaram.”

São oferecidos cursos de torneiro mecânico, soldador, mecânico de manutenção industrial, eletricista predial, residencial e industrial, entre outros. “São vários cursos devido à demanda levantada pelos empresários. Esse programa está sendo um sucesso”, acrescenta. As inscrições para o Qualifica Venâncio são realizadas aos sábados, a partir das 8 horas, no saguão da Prefeitura.

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Expectativa do segmento é avançar com índices positivos

O proprietário da empresa venancio-airense Venax Eletrodomésticos, Walter Bergamaschi, lembra que, logo no início da pandemia, o setor se deparou com preocupação diante do cenário apresentado, principalmente devido às restrições comerciais. “Evidente que quem administra uma empresa com mais de 400 a 500 funcionários, como é o nosso caso, fica tremendamente preocupado porque abala o mercado, abala o setor produtivo. Nossa corporação pessoal começou a ficar diminuída, o mercado começou a ficar restrito.”

Bergamaschi complementa que a empresa buscou fazer o possível para manter o trabalho dentro dos protocolos de prevenção, garantindo com que houvesse a separação de setores produtivos. “O quadro funcional diminuiu em cerca de 40% a 50%. E como a nossa empresa vivia de estoques acima da média, nos primeiros seis meses se manteve vendendo o estoque básico.”

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Contudo, a partir de certo momento, com o mercado de portas fechadas, o consumo diminuiu e grande parte das empresas fornecedoras, principalmente as multinacionais, começaram a diminuir as importações, com destaque para a área de aços. “Passados cerca de seis meses da pandemia, ainda com restrições comerciais, houve uma queda gradual das nossas vendas, muito mais na exportação, que praticamente foi zerada. Os países, com receio que houvesse incremento na pandemia, restringiram as importações. Assim, em função da necessidade de sobreviver, tivemos que buscar novos canais de venda. Com as portas de lojas fechadas ou muito diminuídas, procuramos caminhos como o e-commerce, ou seja, vendas pela internet”, explica o empresário.

Passada a parte mais crítica da pandemia, Bergamaschi comenta que, atualmente, a atividade produtiva e comercial está quase dentro da normalidade, comparando com 2019 e anos anteriores. “Não é 100% porque o reflexo que se tem é de custo exagerado de logística, em função das restrições e da guerra entre Rússia e Ucrânia. Ainda ficamos na dependência de conseguir os insumos. Mas, nessa altura, até a própria indústria consegue se desdobrar e buscar alternativas, alguns itens evidentemente não, mas no nosso segmento praticamente zeramos a dependência com a produção interna.”

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De acordo com o proprietário da Venax, é possível dizer que a empresa está em um momento de retomada gradual. “Estamos à mercê de conquistar novos mercados, voltando à exportação e mantendo essa estabilidade que se tem mesmo com pequeno índice de inflação. Ainda assim, a demanda se mantém equilibrada e a atividade voltou praticamente à normalidade e a expectativa que se tem para o futuro é de que a gente avance com índices positivos na produção”, considera Bergamaschi.

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