Além do prejuízo, o desperdício de diversos alimentos, como carnes, pães e frios. O resultado da intensa chuva que veio acompanhada de fortes rajadas de vento no início da noite de sábado, 5, deixou moradores de Santa Cruz do Sul sem energia elétrica por mais de 30 horas.
É o caso de um mercado do Bairro Santuário, que ficou 36 horas sem luz. O proprietário do estabelecimento, Rubem José Toillier, de 49 anos, comenta que o prejuízo estimado é de R$ 15 mil, já que carnes, sorvetes, pães congelados, pizzas, embutidos e vários outros alimentos que precisam de refrigeração precisaram ser descartados.
Por volta das 5 horas de segunda-feira, 7, o empresário se acorrentou em frente à loja de atendimento da RGE, em Santa Cruz, como forma de protesto. “Eles vieram perguntar para mim e eu disse que, enquanto não retornasse a energia no mercado, eu não sairia de lá. Eu fiquei dois dias sentado em casa sem energia, então ficaria lá também”, conta. Enquanto estava acorrentado no local, a esposa de Toillier ligou avisando que a luz havia voltado.
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A esposa e também proprietária do mercado, Goreti Toillier, de 42 anos, salienta que a conta de luz do estabelecimento chega a R$ 4 mil por mês. “A gente paga as contas em dia, os impostos em dia, e acontece isso”, menciona. O empresário acrescentou que um boletim de ocorrência foi registrado junto à Polícia Civil, devido aos transtornos e perdas.
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Transtornos também aconteceram em Linha Pinheiral e em Linha Santa Cruz. Alex Boness, que trabalha em uma propriedade na Travessa Kipper, em Pinheiral, relatou que o lugar estava sem luz até as 16 horas de segunda. A expectativa era de que a energia fosse restabelecida até o período da noite, já que uma equipe trabalhava durante a tarde no local para retirada de uma árvore sobre fios de alta tensão. Ainda segundo o trabalhador, um gerador foi alugado para reduzir os prejuízos. Conforme relatos de moradores, na manhã desta terça-feira, 8, trechos da localidade ainda estavam sem luz.
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Foram diversas as reclamações por falta de energia elétrica e pela demora para a prestação do serviço. Em entrevista à Rádio Gazeta 107,9 na tarde de segunda, o consultor de negócios da RGE do Vale do Rio Pardo, Cristiano Guedes
da Silva, disse que as equipes trabalham desde sábado para recompor em menor tempo possível as instalações afetadas. “Esse evento teve a peculiaridade de não ser generalizado. Quando temos um evento de
mau tempo que atinge todas regiões da área de concessão, a logística fica prejudicada, mas esse foi pontual. Isso possibilitou que a gente pudesse fazer o deslocamento ainda no sábado de equipes da Região Metropolitana, que vieram para auxiliar.” Ainda conforme Silva, somente em Santa Cruz do Sul, mais de 12 mil clientes ficaram sem energia elétrica nas primeiras horas de atendimento no sábado.
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Ele explica que a demora para alguns usuários pode ocorrer porque as equipes da concessionária precisam priorizar atendimentos de maior risco. “São poucos minutos de temporal que acabam trazendo reflexos de grande monta, e as ações da distribuidora acontecem com uma rotina pré-estabelecida. Quando temos um grande volume de atendimentos, começamos a atender situações que envolvem postes ou fios caídos, objetos projetados sobre a rede, isso é priorizado”, ressalta.
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Contato com a RGE
Site: www.rge-rs.com.br
App: CPFL Energia
Call Center: 0800 970 0900
Logo que foram registradas as primeiras quedas de árvores no sábado à noite, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Cruz do Sul saiu às ruas para prestar atendimento. Segundo informações do 6º Batalhão de Bombeiro Militar (6º BBM), as equipes atenderam a 22 chamados: nove de cortes de árvores, sete destelhamentos, dois isolamentos de locais, duas remoções de fontes de perigo e duas vistorias.
O comandante da 1ª e 2ª Companhia do 6º BBM, major Mateus Bastianello Scremin, que também é chefe de Operações e Defesa Civil, diz que o batalhão atua em 56 municípios da região, em ações preventivas e quando acionado após ocorrência de eventos que demandem intervenção. “É um número elevado de chamados em um curto espaço de tempo, por conta do evento climático. A gente prioriza as ocorrências mais graves, que têm mais risco contra a vida das pessoas, mas todas são atendidas, atuando tanto com efetivo próprio quanto com reforço”, salienta.
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