Somos seres tribais, e a cultura de um povo leva décadas para ser criada, e outras tantas décadas para ser adaptada. O século 20 terminou abrindo caminho para novas inteligências – a adaptativa, por exemplo, que nos ajuda a mudar de forma ágil perante as novas demandas do mundo.
Ser inteligente sempre foi para poucos, mas ser educado ética e socialmente deveria ser algo óbvio a todos, independentemente de raça, cor, sexo ou classe social. Parece que quanto mais intelectualizados ficamos, mais arrogantes nos tornamos em nosso jeito de viver e conviver.
Santa Cruz é uma cidade com graves problemas de mobilidade urbana, porque cresce de forma pujante e admirável, mas revela que tem pouquíssimo pensamento antecipatório para minimizar os efeitos colaterais do crescimento antes que eles se tornem problemas recorrentes.
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A falta de educação dos motoristas em nosso País é estarrecedora, e na região, assustadora. Assim como a falta de preparo, ou de coragem, dos órgãos de trânsito locais. As instituições não dão suporte a quem paga impostos em dia, porque não querem “comprar a bronca”. Sério?
Cidades pujantes precisam de cidadãos conscientes de instituições que não têm medo de fazer o que deve ser feito quando alguém infringe regras urbanas. O estacionar indevidamente “só um pouquinho” virou algo “normal”. Não há respeito por vaga preferencial ou estacionamento privativo de prédios ou de estabelecimentos comerciais. A prática de invadir um espaço que está à disposição de clientes para resolver uma questão pessoal é extrema falta de educação, cidadã e social.
No futuro, não será mais possível um carro por pessoa, nem estacionar na porta dos estabelecimentos comerciais. Faltam espaço e bom senso nas cidades que estão crescendo. Há preguiça de andar 100 metros, desrespeito às regras e uma inacreditável cara de pau.
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Governos não planejam, empresas reclamam de todas as iniciativas, a cidade tem cada dia mais carros, o cidadão quer olhar para o próprio umbigo e o resto que se dane. Quem respeita todas as regras da boa convivência, fica sozinho e abandonado na luta por algo que deveria naturalmente ser um direito: o de ter o espaço privado preservado de invasões indesejadas.
A falta de educação é uma falha de caráter. Conviver socialmente é entender que nosso direito acaba quando o do outro começa. Podemos tudo, mas não devemos qualquer coisa. Deveríamos inventar um spray de bom senso, para ver se conseguimos fazer com que gente egoísta entenda que não está sozinha no planeta.
Escrevo este texto antes do resultado das eleições, mais uma oportunidade para se mostrar educação social. Eventos como esse mostram quem é democrático de verdade e capaz de aceitar que não há verdade absoluta, partido ou candidato que mudará a realidade de um povo sem educação ou consciência. Respeito, pratique mais essa palavrinha.
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