O descaso com a conservação da RSC-471, especialmente no trecho que passa por Encruzilhada do Sul, entre os quilômetros 233 e 253, está causando não só danos aos veículos que trafegam pela via, mas também prejuízos econômicos significativos para o município. Há anos a comunidade e as autoridades locais cobram do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) uma solução definitiva, mas apenas medidas paliativas, como tapa-buracos, são realizadas.
Segundo o prefeito de Encruzilhada, Benito Fonseca Paschoal, a precariedade afeta toda a região que utiliza a via, considerada um corredor importante para a exportação de produtos gaúchos. “Não há mais condições de trafegar, são acidentes todos os dias. Estamos atraindo investimentos para cá, mas como as indústrias vão exportar sua produção?”, questiona.
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Paschoal destaca que já fez apelos ao governador Eduardo Leite; ao vice-governador Gabriel Souza e ao secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, mas até o momento não houve resultados positivos. “Precisamos de um tapa-buracos emergencial, seguido de uma obra definitiva”, afirma o prefeito. Quando questionado sobre a possibilidade de o Município intervir diretamente no reparo da estrada, ele diz que isso não é viável, devido à falta de recursos.
O prefeito também alerta para o risco de o município perder investimentos em razão das péssimas condições da rodovia entre Pantano Grande e Encruzilhada do Sul. “Além disso, vidas estão sendo perdidas com os acidentes. Estamos indignados com a Secretaria de Transportes e com o Daer, que só fazem promessas e executam um serviço ineficiente”, desabafa. Outro problema é que, com os motoristas e empresas de transporte optando pela BR-116 como rota alternativa até o Porto de Rio Grande, os custos com frete aumentam, o que encarece o produto final. “A logística das empresas da nossa cidade também está sendo prejudicada”, acrescenta o prefeito.
Na edição dessa terça-feira, 15, da Gazeta do Sul, divulgou-se que seis empresas do setor de transportes de Santa Cruz, que utilizam a RSC-471 diariamente para escoar produtos como tabaco, uniram-se para elaborar um vídeo alertando sobre as condições da estrada e cobrando providências das autoridades responsáveis pela manutenção.
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Comércio também é afetado de forma negativa pelos problemas
A situação da RSC-471 também mobiliza a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Encruzilhada do Sul. Segundo a secretária-executiva da entidade, Andresa Oliveira, um abaixo-assinado feito com a comunidade será entregue às autoridades no próximo dia 25, durante uma reunião na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). “A condição da estrada está gerando grandes prejuízos para o nosso comércio, com atrasos na entrega de mercadorias e aumento nos custos dos fretes”, afirma Andresa. Ela também ressalta que as empresas locais que utilizam a RSC-471 diariamente são fortemente impactadas, principalmente com o aumento na necessidade de manutenção dos veículos.
Outro problema destacado é que empresas de ônibus que fazem trajetos para Porto Alegre ou Pelotas, a partir do município, estão reduzindo os horários devido às más condições de trafegabilidade e aos altos custos de manutenção.
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O que diz o Daer
O Daer informou que realizou um certame para seleção da empresa que fará a manutenção da RSC-471. A empresa vencedora é a LCM. Nos próximos dias, será assinado o contrato para começar a recuperação da rodovia.
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Deputado manifesta preocupação
Ao ficar ciente da situação da rodovia e da manifestação de transportadoras por meio de um vídeo, o deputado estadual Airton Artus (PDT) disse que a RSC-471 e a RSC-153 são rodovias que preocupam muito, não só por sua importância, mas especialmente pelas condições em que se encontram nos últimos tempos. “É inadmissível que o Estado não consiga realizar a manutenção adequada, colocando em risco quem trafega por elas e prejudicando o setor produtivo. Importante ressaltar que não é por falta de cobrança de nossa parte. Tenho levado toda a situação aos responsáveis, mas infelizmente o Daer e a Secretaria de Transportes não têm conseguido resolver o problema. Vamos continuar pressionando e, se o Daer não solucionar a situação, vamos procurar o governador”, disse.
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