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ESTIAGEM

Falta de chuva causa preocupação em Sobradinho

Foto: Arquivo Pessoal

Na propriedade de Ilo Weide prejuízos já são sentidos

O município de Sobradinho, que conta com uma diversificada área agrícola, vem sofrendo com períodos de estiagem há vários anos. Conforme o chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Rotiére Guarienti, que participou do programa Giro Regional nesta terça-feira, 3 de janeiro, juntamente com o extensionista rural técnico agrícola, Evandro Cremonese, o grande afetado desta época de verão é o milho e, consequentemente, as famílias produtoras desta cultura. “Muitas vezes essa produção é implantada para subsistência dos animais, para que se tenha carne para alimentação humana”, aponta Rotiére.

Segundo Evandro, mesmo com a última chuva ocorrida na segunda-feira, a condição ainda preocupa. “A situação quanto as culturas está delicada. Ocorreu essa precipitação com volumes em torno de 15 milímetros, mas como já vem de uma situação mais crítica, foi uma chuva que amenizou um pouco, mas não corrigiu. Ainda segue muito preocupante”, salienta.

Rotiére e Evandro estiveram no estúdio da Gazeta

Conforme dados apresentados por Rotiére, obtidos através do aplicativo WeatherLink, conectado à Estação Meteorológica de Campo da Aviação, interior de Sobradinho, em novembro de 2021 houve uma precipitação de 32 milímetros; em dezembro, 23.2 mm; Já em janeiro de 2022, 60 mm; em novembro, 50 mm; em dezembro, 43.2 mm; já em janeiro deste ano, até agora choveu cerca de 17.5 mm, variando em razão das precipitações esparsas.

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Referente as perdas em algumas culturas, o chefe do escritório também apresentou alguns dados. “Para soja temos uma previsão de área cultivada no município de 2.350 hectares; entre milho grão e milho silagem, 1.350 hectares; feijão safra, 100 hectares; e safrinha 50 hectares”. Ele destaca ainda que quanto ao soja, ainda não é possível obter um levantamento concreto de perdas, pois a maioria não começou a florescer. “No milho já é diferente, a gente calcula que desses 1.350 hectares, cerca de 70% esteja plantado. Desses 70%, estima-se uma perda de 30%”, destaca.  Evandro ainda faz uma observação, onde pode haver lavouras que foram totalmente afetadas, no entanto, os dados apresentados são uma média que leva em consideração a época de plantio, não podendo ser considerada como geral.

Rotiére explica, quanto a cultura do milho, que o desenvolvimento da planta ocorre através de um florescimento determinado, ou seja, ela vai crescer vegetativamente e entrar na fase de reprodução, no entanto, se naquele período não houver uma chuva com certa regularidade, iniciam-se as perdas. “A planta começa a secar de baixo para cima. Em vez de formar uma ou duas espigas, forma uma espiga e/ou um ‘rastoio’. Aí começa-se a pesar, pois a pessoa que planta o milho, que em boa parte é para a subsistência da propriedade, se preocupa com a alimentação animal”, explica.

Atentando para alternativas e programas direcionados para ocasiões como a estiagem, Rotiére destacou sobre o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), sendo este um seguro do governo federal que garante o custeio quando a lavoura tiver suas receita reduzida por conta de eventos climáticos, pragas ou doenças. “O produtor que fez um financiamento para o cultivo de alguma cultura, no momento que ela for afetada, existem alguns tópicos a serem citados: plantei e ela germinou, está no seguro. Caso não germinar o seguro é inválido; plantei, a cultura emergiu do solo, mas deu uma seca e morreu, o Proagro pode ser acionado; se começou a desenvolver, tem um estágio vegetativo, mas na hora da frutificação faltou chuva e a planta está morrendo, pode ser acionado. Quanto mais próximo da colheita melhor. Como é feito a nível de Emater, o produtor vai junto com as notas compreendidas de insumos e/ou sementes adquiridos em até 180 dias antes da formalização do Crédito. Elas devem estar nominais, de acordo como foi feito o projeto”, explicou.

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Quanto ao milho, no acionamento deste programa, o técnico também pode liberar essa lavoura para massa verde, ou seja, não deu grão e o produtor não quer perder o milho, pode-se atentar para a alternativa de fazer silagem, sem perder o recurso. Conforme Rotiére, não seria o ideal, pois o milho para esse fim, seria preferível que tivesse grão, pois ali encontra-se a proteína.

Os representantes colocam o escritório municipal da Emater/RS-Ascar à disposição da população que necessite de auxílio quanto à questões ligadas a entidade e sobre os programas que competem ao setor rural da região. Para conferir a entrevista completa, esta encontra-se disponível na transmissão ao vivo realizada no YouTube Gazeta Sobradinho, intitulado como Programa Giro Regional na manhã desta terça-feira, dia 3 de janeiro.

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