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Falhas nas ligações de celular incomodam moradores de Santa Cruz

Os taxistas Adélcio Salmoria e Júlio César Schmidt têm seus pontos de trabalho instalados em diferentes bairros de Santa Cruz do Sul, mas ambos enfrentam diariamente o mesmo problema: a má qualidade das ligações feitas pelo celular. Embora já notasse a ausência de sinal em alguns pontos do município, nas últimas duas semanas Salmoria lida com um novo transtorno. É que, ao receber chamadas, o taxista consegue ouvir os clientes, mas a resposta não chega ao outro lado da linha. Para ser ouvido, ele precisa encerrar a chamada e retornar a ligação. Com isso, muitas corridas acabam sendo perdidas, já que os clientes desistem e procuram outro motorista. A base de Délcio fica no Bairro Menino Deus.

“É difícil, porque enquanto eu tento ligar de volta o cliente tenta retornar também, e vira uma confusão”, contou. Pensando que o problema poderia ser no aparelho, cujo modelo é mais antigo, o colega de Délcio, que é responsável pela linha, procurou a operadora. No entanto, mesmo após trocar de celular, o incômodo continuou e a operadora não consegue resolver a situação. “Começamos a ter dificuldades nas chamadas quando incluíram o nono dígito, mas agora tá bem complicado. É triste porque acabamos saindo no prejuízo”, lamentou. 

Do outro lado da cidade, próximo à Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Júlio Schmidt lida diariamente com a inconsistência do sinal. Enquanto conversávamos, por exemplo, a ligação caiu e, quando voltamos a nos falar, Schmidt comentou que a chamada estava com eco, o que fazia com que ele ouvisse a própria voz no fundo da ligação. “As ligações não completam, caem e têm mensagem dizendo que o número não existe. Notei que deu uma melhorada nos últimos dias, mas nas semanas anteriores era insuportável, principalmente nos horários de pico.”

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Pesquisas

Os transtornos enfrentados pelos taxistas são relatados por diversos outros moradores de Santa Cruz, uma realidade que pode ser vista diretamente nos resultados das pesquisas sobre a telefonia móvel no Brasil. Em março do ano passado, quando a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou sua última pesquisa sobre a satisfação dos brasileiros com o serviço, a média de contentamento, em uma escala de zero a 10, ficou abaixo de sete.

O levantamento usou como base 150 mil ligações telefônicas realizadas durante o segundo semestre de 2015. A pontuação, de 6,72 para a telefonia celular pós-paga e 6,62 para a pré-paga, representa tanto a percepção dos consumidores sobre a qualidade dos serviços prestados quanto aspectos como o funcionamento, cobrança, oferta e contratação de serviços. No fim do ano, outro levantamento mostrou que a base de telefonia móvel caiu em 9%, atingindo 251,03 milhões de linhas em operação. No mesmo período de 2016, esse número era de 275,8 milhões.

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Especialistas consultados apontam que, entre os motivos para essa queda, além da recessão, está o uso cada vez mais popular de aplicativos de mensagens como o Whatsapp. A combinação tem incentivado usuários a reduzir o número de chips em uso por aparelho, o que acaba achatando a base nacional compilada pela Anatel.

O que dizem as operadoras

As quatro operadoras que hoje prestam serviço de telefonia móvel no País – Vivo, Claro, Oi e Tim – foram contatadas para falar sobre os problemas relatados pelos moradores de Santa Cruz do Sul. A Oi informou que não há problema massivo na telefonia móvel na região, mas se dispôs a avaliar casos individuais de clientes que enfrentam dificuldades.

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A Tim disse que já foi notificada da dificuldade de realizar chamadas em Santa Cruz e afirmou que técnicos da empresa estão trabalhando para identificar a causa e corrigir o mais rápido possível. Informou também que lamenta eventuais transtornos e que R$ 12 bilhões foram destinados para investimentos em infraestrutura de rede até 2019.

A Vivo, por sua vez, disse que não há registros de ocorrências que possam ter impactado nos serviços de voz no município e também se dispôs a apurar casos específicos. Tanto a Tim quanto a Vivo afirmaram não haver nenhuma relação entre a implantação do novo dígito e o funcionamento dos serviços prestados. Até o fechamento dessa reportagem, a Claro não havia emitido um posicionamento.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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