O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência é comemorado nesta quinta-feira, 3, e uma empresa local mostra bons resultados com os facilitadores de AVDS. Usar os talheres para comer no almoço, sentar em uma cadeira, escovar os dentes, segurar o celular, digitar no computador são tarefas tão simples que, muitas vezes, as realizamos no automático. Só que para algumas pessoas, executá-las é um desafio – por vezes, impossível –, o que acaba por afetar sua independência, qualidade de vida e autoestima. Desde a virada de chave, em 2008, a Mercur passou a se preocupar muito mais com essa questão e se dedicou a desenvolver e ampliar sua linha de Facilitadores de Atividades de Vida Diária. Estes itens buscam auxiliar pessoas que possuem mobilidade reduzida ou algum tipo de deficiência a realizarem tarefas do dia a dia e vêm ajudando a transformar a vida de várias pessoas.
Débora, de 12 anos, tem paralisia cerebral, epilepsia de difícil controle e autismo e é uma das pessoas beneficiadas pelos produtos. Ela, segundo sua mãe, Aline Cavalli, enfrentava dificuldades para segurar objetos. Foi então que elas participaram de uma oficina da Mercur na escola para apresentação dos facilitadores de AVDs. “Foi bem legal essa experiência, pois pela primeira vez ela conseguiu pegar itens como lápis, canetas e cola. Coisas que ela nunca tinha conseguido segurar”, conta Aline, explicando que esse foi o primeiro contato que elas tiveram com os fixadores em tira. O recurso, feito em borracha natural, possibilita que pessoas com dificuldade de preensão possam segurar objetos.
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Nessa ocasião, ela teve a ideia de sugerir uma melhoria que facilitaria na identificação dos seus diferentes tamanhos e regulagens. “Se cada versão tivesse uma cor própria, facilitaria para encomendar ou sugerir o item para outras pessoas. Assim, ao invés de dizer ‘compra o de 20 centímetros’, poderíamos dizer ‘compra o verde’”, recorda Aline sobre a proposta que foi incorporada à versão final do produto.
Outra contribuição que ela deu foi o desenvolvimento de um fixador para objetos maiores, como mamadeiras, copos e bonecas. “Hoje, ela nem precisa mais da tira para pegar esses itens, pois o estímulo fez ela desenvolver essa habilidade”, relata Aline. Para ela, o melhor de tudo é saber que suas contribuições e as melhorias pelas quais o produto passou durante o processo estão disponíveis para outras famílias e pessoas com deficiência.
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Usuários como protagonistas
Para a terapeuta ocupacional Cristina Fank, histórias como a de Débora materializam o posicionamento da Mercur de fazer o mundo de um jeito bom para todo mundo. “Quando decidimos parar de fazer produtos para as pessoas e passar a fazer com elas, queríamos desenvolver produtos que estivessem conectados com aquilo que elas precisam. Os facilitadores de atividades de vida diária são um dos projetos mais significativos que desenvolvemos nesse sentido, pois estão diretamente conectados ao que as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida precisam para terem uma maior qualidade de vida, independência e autonomia”, afirma.
Ela ainda ressalta que o desenvolvimento desses produtos é realizado por meio de processos de cocriação que colocam os usuários como protagonistas. “Como exemplificam essas histórias, os processos de cocriação nos permitem ouvir, acolher e entender o que os usuários precisam, quais melhorias querem e como os produtos se comportam no seu dia a dia. Isso, somado ao conhecimento de nossa equipe técnica, profissionais de saúde e outros parceiros, resulta em itens funcionais e que fazem sentido para as pessoas”, afirma.
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