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Fachin nega crise e diz que não se pode demonizar a política

Relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin disse na manhã desta sexta-feira, 23, que “não há que se falar” em crise institucional no País. Na avaliação do ministro – também responsável pela relatoria da delação da JBS, que atingiu o presidente Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) -, o sistema penal punitivo não será a “resposta de todos os males” e nem se pode “demonizar a política”.

“É preciso ter forças que unam as pessoas e nada mais certo que ter valores fundamentais em torno dos quais a sociedade há de se manter minimamente coesa. É hora da redenção constitucional brasileira, é mais que urgente o tempo de edificar no espaço da grande política o tripé mínimo para a liberdade, a ética e o desenvolvimento”, discursou Fachin, na abertura da conferência “Fraternidade e Humanismo – Novos paradigmas para o direito”, que ocorre nesta manhã no STF. “Como bem se assentou à época na terra de Nelson Mandela, ‘para que não se esqueça e para que nunca mais aconteça'”, completou Fachin.

Nesta quinta-feira, 22, o STF formou maioria para manter Fachin como relator do caso JBS, em um julgamento que será retomado na próxima semana. Sem fazer referência direta à investigação, o ministro afirmou que as instituições estão funcionando no País.

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“O sistema está a funcionar, as instituições estão a funcionar e, portanto, não há que se falar em crise institucional. Pode orgulhar-se o Brasil da democracia que tem e que exercita. Cumpre quiçá ir além: avançar na redenção constitucional brasileira – e nela não está em primeiro plano a atuação hipertrofiada do magistrado constitucional, embora deva, quando chamado, responder com firmeza e serenidade. Em primeiro plano, está a espacialidade da política, dos representantes da sociedade e a própria sociedade”, disse Fachin.

Males 

Para o ministro, “não será o sistema penal punitivo a resposta de todos os males”. “Falar de Constituição corresponde também a sustentar que não se pode demonizar a política. Nos dias correntes, a propósito, permito-me trazer a lição do eminente ministro Cezar Peluso ex-presidente do STF, a quem muito admiro, segundo o qual nenhum juiz verdadeiramente digno de sua vocação condena alguém por ódio”, comentou Fachin.

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Ao citar Peluso mais uma vez, Fachin afirmou que “nada mais constrange o magistrado do que ter de, infelizmente, condenar um réu em matéria penal”. Fachin ressaltou a importância de “subirem ao palco” ideias, ideais e “instrumentos democráticos de reencontro do Estado com a sociedade e do País com a sua própria história”.

“É mais do que hora de refletir, não apenas na comunidade jurídica, mas em toda a sociedade, sobre fraternidade e humanismo, em busca de sentidos no intimorato intento de reconciliar o País com a sua própria sociedade. Resgate e libertação são fundamentais. Resgate como ato de confiança em nossa capacidade humana de fazer uma sociedade melhor e libertação como superação do passado”, concluiu o ministro.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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