As extremosas, também conhecidas como resedás, fazem parte da paisagem urbana de Santa Cruz do Sul e são um símbolo não oficial da cidade desde 1972. Elas são vistas com maior destaque nas ruas Tiradentes, Sete de Setembro, Borges de Medeiros, Senador Pinheiro Machado, Thomaz Flores e Rio Branco. Outros locais também apresentam a planta, como o entorno da Igreja Evangélica e da Praça Hardy Elmiro Martin, assim como o largo do Parque da Oktoberfest.
Conforme o biólogo e professor do curso de Ciências Biológicas da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Andreas Köhler, o nome popular da extremosa é árvore-de-júpiter. A cor da sua floração pode variar entre o branco, o lilás e o rosa, dependendo do pH do solo. Também pode oscilar entre os anos. Com função ornamental, tem como pontos positivos a beleza, grande quantidade de brotações, fácil manutenção, raízes simples e massa foliar reduzida, ou seja, menos folhas no chão.
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“A poda deve ser realizada, no mínimo, a cada dois anos, para que sejam eliminados ramos secos e cascas com deformações. Quando alguns galhos apresentarem patologias, devem ser retirados, evitando transmissão para outras árvores”, orienta.
De acordo com a Prefeitura de Santa Cruz do Sul, as podas e manejos são feitos de forma programada, entre maio a agosto. Quanto à supressão, não há período próprio e depende de cada caso, que é tecnicamente analisado. Ainda segundo a administração municipal, não há uma estimativa de quantas extremosas existem na cidade. Porém, por meio de um levantamento feito em 2017 e 2018 pelo sistema Topvision, estima-se um total de mais de 51 mil unidades plantadas, de várias espécies, nas calçadas santa-cruzenses.
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Segundo o secretário de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Jaques Eisenberger, com a nova lei de arborização urbana, há um incentivo ao plantio de espécies nativas, pois os animais que habitam o Cinturão Verde utilizam-se de arborização urbana como corredor para chegar até o Rio Pardinho, conforme estudo feito pela Unisc.
“Espécies exóticas, como as extremosas, não contribuem com este deslocamento ao não apresentarem atrativos a esses animais. No entanto, a mesma lei prevê a criação de ruas temáticas onde poderão ser introduzidas espécies exóticas”, afirma. Inclusive, é uma recomendação da prefeita Helena Hermany o plantio de árvores que produzam flores na arborização urbana, como extremosas, ipês-amarelos, quaresmeiras, primaveras e outras.
Simone Orlandi é moradora da Rua Rio Branco, no Centro, há 28 anos. Ela tem o privilégio de desfrutar da vista de uma extremosa bem em frente à sua casa. Os seus avós moraram na residência antes dela, por isso a santa-cruzense acredita que a planta seja centenária. “Eu gosto, acho ela e as outras da rua lindas.
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Às vezes mudam de cor, de um rosa mais forte para um mais claro”, conta. Ainda que algumas flores caiam na calçada durante o período de floração, Simone afirma que não há incômodo com a árvore. “Nós sempre temos que varrer a calçada de qualquer maneira, então não acho que seja um problema”, explica.
O professor do curso de Arquitetura da Unisc e doutor em Planejamento Urbano e Regional, Luiz Schneider, avalia que, apesar de as extremosas serem um dos símbolos do cenário ambiental de Santa Cruz, a paisagem urbana sofre alterações com o tempo. Especialmente nos últimos 15 anos, segundo ele, situações como a pavimentação com paralelepípedos e a supressão da arborização, em menor ou maior intensidade, acabaram revelando descontinuidades visuais da paisagem.
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Schneider observa que os pontos compostos por extremosas agora apresentam trechos extensos de substituições ou mesmo lacunas nas calçadas. “Essas situações parecem também estar relacionadas às transformações de uso, predominantemente residencial para comercial, no centro da cidade. Como reflexo disso, a paisagem local torna-se cada vez mais árida e são perdidas muitas das qualidades do espaço público, incluindo determinadas práticas tradicionais relacionadas à natureza e aos valores estéticos e simbólicos”, constata.
Para amenizar a descontinuidade visual da paisagem, ele indica o plantio de mais árvores. “Nesta perspectiva, devem ser tomadas medidas para recuperação das áreas onde houve supressão da arborização urbana com indicação do plantio de novas espécimes nativas”, recomenda. No caso das extremosas, as vias e espaços que têm maior concentração de árvores devem ser utilizados como parâmetro para essa ação. “Sem desconsiderar, contudo, que em outros locais, mesmo em menor escala, também existem diferentes graus de arborização e efeitos estéticos causados por espécies como os jacarandás e os ligustros. A inclusão desses dois tipos de árvores poderia também ser adotada como parâmetro de seleção das espécies que compõem a arborização urbana na área de estudos”, aponta Schneider.
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