Colunistas

Expressionismo: da Alemanha para o Brasil

Em 1º de agosto, nosso jornal Gazeta do Sul publicou uma belíssima atividade idealizada pelas professoras Priscila Schuster e Josiane dos Santos, da Escola Municipal Leonel Brizola. As professoras propiciaram aos seus alunos contato com o Expressionismo, mais precisamente com Van Gogh, considerado o pai do Expressionismo.

Coincidentemente, acabo de receber pelo correio a revista Kulturknall, editada em Murnau. Nela encontrei um interessante artigo sobre expressionistas alemães. A publicação me foi enviada de München, gentil presente do ex-cônsul geral da Alemanha no RS, Reinhard Thurner. Esses dois eventos presentificam em mim um passeio na companhia de meus amigos Deisi Steil e Dieter Becker, moradores de Giessen.

Juntos, seguimos os rastros do Expressionismo que floresceu nos idos de 1908, no sul da Alemanha. A arte expressionista se voltou contra a industrialização, a classe burguesa do império alemão e também contra a Primeira Guerra Mundial. Por meio da arte, importava expressar vivências internas do ser humano, expressar sentimentos de solidão, a sensação de estar perdido em meio ao anonimato da cidade grande.

Publicidade

Daí a busca por contato com a natureza, com a simplicidade da vida. O lugar escolhido foi a região paradisíaca do sul bávaro, a região de Murnau, que ficou conhecida como berço do Expressionismo alemão. O lugar compreende o Kochelsee/Lago Kochel, onde fica o Franz Marc Museum, e Staffelsee/Lago Staffel, onde se situa a Münter Haus (museu na antiga moradia da pintora Gabriele Münter).

Lissi Bender com Deise Steil diante da Münter Haus

Um grupo de pintores – entre eles Gabriele, Kandinsky e Franz Marc – fundou lá o Der Blaue Reiter/O Cavaleiro Azul, para, unidos, exporem seus quadros e editarem um almanaque cultural. Assim, instauraram um novo caminho na pintura. Eles não queriam mais reproduzir o mundo de forma objetiva, mas como o percebiam subjetivamente.

Queriam representar a natureza de forma bem pessoal. E isso fizeram por meio de contrastes, cores e formas em seus quadros. Queriam, enfim, a superação do materialismo. Entre os quadros famosos se encontra o “Blaues Pferd” de Franz Marc.

Publicidade

Interessante observar que a cor azul já teve papel preponderante no passado. Azul representou sonhos e anseios na literatura romântica alemã. Azul também é a cor do infinito. Azul é a cor da água e do céu. Já observaram o encontro do mar com o céu na linha do horizonte? Parece que se diluem as divisas entre mar e céu, não é mesmo? Era exatamente esse azul, enquanto expressão do infinito, que os pintores do “Blaue Reiter” queriam salientar.

Para o Brasil, o Expressionismo chegou via Alemanha com Lasar Segall (1889-1957), um lituano que havia estudado pintura na Alemanha e apresentou aqui em 1912 seus quadros com características expressionistas, numa exposição individual.

Depois voltou à Alemanha, onde ficou até 1923, para então se estabelecer no Brasil. Além dele, a pintora Anita Malfati (1896-1964), nascida em São Paulo, estudou Belas-Artes em Berlim e teve papel importante para o Expressionismo/Modernismo no Brasil. Entre outros, também as obras de Portinari e do gaúcho Iberê Camargo apresentam características da arte expressionista.

Publicidade

LEIA MAIS TEXTOS DE LISSI BENDER

Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Publicidade

Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

Share
Published by
Carina Weber

This website uses cookies.