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Exportações de tabaco podem ter queda de 6%

O fechamento do primeiro semestre de embarque de cargas de tabaco para outros países desenha um cenário de redução no volume de exportações durante o ano. Segundo estudo preliminar do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), a queda pode chegar a 6%, o que representaria uma baixa de 15% no faturamento da indústria.

O presidente do Sinditabaco, Iro Schünke, explica que existem pelo menos três razões para uma possível queda na venda anual do produto. “Durante o primeiro trimestre do ano passado ocorreu um embarque extra de tabaco para a China. Parte daquele volume era referente à compra feita pelo País em 2018.”

Os efeitos da estiagem em parte da produção comercializada seria o outro fator. Já o terceiro elemento que pode impactar de forma negativa na venda da safra atual lá fora é a pandemia de Covid-19. Nem mesmo a solidez da cadeia produtiva do tabaco é páreo para as dificuldades de logística na entrega dos contêineres em outros países.

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“Não sabemos se não haverá problemas de logística no segundo semestre, quando também ocorre a maior parte da comercialização do tabaco”, declarou Schünke, que teve acesso a um estudo prévio sobre as exportações.

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Segundo semestre concentra 60% da venda

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A redução na exportação torna-se maior na comparação do primeiro semestre de 2020 com o mesmo período do ano passado. O volume de tabaco exportado, em toneladas, ficou 23,92% menor e a rentabilidade, medida em dólares, caiu 35%.

O impacto da estiagem e a redução da qualidade contribuem para o desempenho mais baixo, assim como a embarcação de excedente para a China nos primeiros três meses de 2019. “Até o dia 30 de junho exportamos 186.336 toneladas, que renderam US$ 658,176 milhões. Esse é o saldo do primeiro semestre”, confirma Schünke.

No total de exportações de 2019, as indústrias brasileiras embarcaram 548,9 mil toneladas, o que corresponde a um faturamento de US$ 2,138 bilhões. “A venda de tabaco para o exterior acontece, em sua maioria, no segundo semestre. Mais de 60% do total comercializado ocorre entre os meses de julho a setembro”, ressaltou o presidente do Sinditabaco.

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Além da logística prejudicada pela pandemia, outra ação de exportação também está suspensa. As missões dos países para as empresas da região foram canceladas e não têm previsão de acontecer. “Nós estamos modificando a forma de venda, enviando muito mais amostras para os países compradores. Está um pouco mais difícil, pois quando o cliente vem visitar a empresa, a negociação é facilitada”, complementou Iro Schünke.

Afubra orienta plantio conforme registro

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O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, alerta os produtores para o plantio da quantidade registrada junto à empresa compradora. Em entrevista à Rádio Gazeta, Werner confirmou que ano a ano os agricultores têm excedido a quantidade de tabaco plantado.

Segundo ele, a indústria está adquirindo apenas a quantidade registrada para a safra. “A compra tem sido em cima da estimativa que deve ser assinada pelo técnico da empresa e o produtor, e revisada em cada uma das etapas do desenvolvimento do tabaco.”

O presidente da Afubra chama atenção para o plantio da safra 2020/2021. “Com o clima favorável a qualidade será mais elevada, pois a indústria está mais rígida quanto a isso. Com a produção na quantidade certa haverá uma valorização do produto.”

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Tendência é de redução da mão de obra

Para a Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Afins (Fentifumo), o cenário onde a atual safra do tabaco está inserida pode ser considerado como “complexo”, com estiagem, pandemia e redução nas exportações. De acordo com o presidente da Fentifumo, Gualter Baptista Júnior, essa complexidade, medida na compra, venda e exportação, reflete-se na contratação de trabalhadores safreiros. “A Fentifumo se coloca muito preocupada, pois isso tudo contribuiu para uma contratação menor de empregados sazonais.”

O presidente destaca que a quebra de qualidade e a queda nas exportações, prevista para o balanço anual da safra de tabaco, acende um alerta às entidades que defendem os trabalhadores. “Esperamos que na próxima safra seja de maior qualidade, para que no próximo ano o volume de contratações de funcionários sazonais e efetivos volte à normalidade. A Fentifumo não perde a esperança em dias melhores.”

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