Após a enchente de maio que marcou a história do Rio Grande do Sul, os sinais de recuperação começam a emergir. Do agronegócio, o tabaco ganha destaque, conforme demonstram dados do MDIC/ComexStat, apresentados durante a 73ª Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, nesta quarta-feira, 17.
O presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, trouxe o panorama das exportações de tabaco durante o primeiro semestre de 2024. O Brasil é o maior exportador mundial de tabaco desde 1993, e embarca, segundo média histórica, mais de 500 mil toneladas e US$ 2 bilhões, anualmente.
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Segundo o MDIC/ComexStat, entre janeiro e junho, foram embarcadas 195.261 toneladas, o que representou -8,82% em relação ao mesmo período de 2023. Já em dólares, foram US$ 1,24 bilhão, um acréscimo de 7,65% se comparado com o ano anterior. China, Bélgica, Estados Unidos, Indonésia e Egito estão entre os maiores importadores até o momento.
“Em 2023, o tabaco representou 11% do total das exportações gaúchas e, em 2024, essa representatividade deve ser ainda maior. A expectativa é de que vamos exportar um volume menor, devido ao tamanho da safra, mas entre 10% e 15% mais em dólares. Nesse sentido, certamente será um setor que vai contribuir positivamente com o saldo da balança comercial gaúcha”, avalia Schünke.
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Enchente no Rio Grande do Sul
O presidente do SindiTabaco também apresentou o levantamento feito pela entidade junto às empresas associadas sobre os prejuízos nas propriedades dos produtores de tabaco pelas enchentes no mês de maio. Os dados apontam que 75 municípios produtores foram atingidos e 1.929 produtores afetados de alguma forma, totalizando cerca de R$ 95 milhões de prejuízo estimado.
Segundo Schünke, as perdas poderiam ter sido ainda maiores. “O tabaco teve um papel decisivo para amenizar as perdas de pequenos produtores e dois fatores contribuíram com isso: a compra praticamente finalizada em abril, devido a uma safra menor, e o alto preço pago ao produtor”, comentou. “Lamentamos as perdas pontuais de alguns municípios e produtores, mas estamos confiantes de que a produção de tabaco nas áreas mais afetadas deverá ficar próxima das estimativas projetadas para a safra 2024/25”, avalia Schünke.
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