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Impacto da pandemia

Exportações de Santa Cruz têm queda de 42% em setembro

Foto: Banco de Imagens

Aposta da indústria é para a venda do tabaco nos últimos três meses deste ano, a depender também da dificuldade no transporte

Um levantamento feito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) revela que na comparação direta entre os meses de setembro de 2019 e de 2020, o total de exportações realizadas em Santa Cruz do Sul encolheu 42%. O índice é explicado a partir da retração da atividade econômica mundial, gerada pela pandemia do novo coronavírus. A expectativa da indústria concentra-se agora no último trimestre do ano e nas compras tardias de tabaco, que devem ocorrer entre outubro e dezembro.

O doutor em Economia Heron Begnis, professor de Economia Internacional na Unisc, é quem assina o levantamento. De acordo com ele, a redução no comércio internacional – feito quase que exclusivamente pelo embarque de tabaco, hoje 97,2% do total – tem seu ápice, historicamente, nos meses de setembro e outubro. “Quando comparados os números do mês de setembro, que já estão fechados, a redução na exportação é de 42%”, explicou.

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Begnis avaliou também o desempenho das exportações no primeiro semestre. De janeiro a julho também houve redução, que no caso de Santa Cruz do Sul foi de 29%. “Avaliando o desempenho das exportações desde 2015, a gente percebe todos os anos uma discreta redução. No entanto, em nenhum desses períodos ocorreu uma diminuição tão significativa.”

Conforme Begnis, será preciso acompanhar o desempenho das vendas durante os próximos meses e contar com a credibilidade da indústria de tabaco brasileira diante do mercado internacional. “Será preciso acompanhar o desempenho do setor para entender o impacto que essa redução poderá ter”, disse.

Otimismo

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A Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Afins (Fentifumo) aposta na virada do mercado e uma excelente safra em 2021, do ponto de vista da geração de empregos aos trabalhadores safreiros. O presidente da entidade, Gualter Baptista Júnior, conta que mesmo com o trânsito de mercadoria menor – por conta das restrições da pandemia –, o consumo de tabaco se manteve em alta. “Além disso, o Brasil mantém um bom domínio entre o custo de produção e a qualidade do produto. Isso tudo contribui de forma positiva para a próxima safra”, projetou.


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PIB global terá retração de 5%

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O levantamento feito por Begnis mostra ainda que em níveis estadual e federal os volumes das exportações também caíram. “Comparando o mês de setembro de 2020 com setembro de 2019, as exportações do Rio Grande do Sul caíram 33,1%, e em termos de Brasil, caíram 9,1%”, apontou.

Conforme o professor, o comércio mundial é altamente dependente dos níveis da atividade econômica, o que pode ser medido pelo Produto Interno Bruto (PIB) global. “Dados do Banco Mundial apontam que o ano de 2020 apresentará uma recessão global das mais profundas em décadas, sendo que o PIB global deve recuar mais de 5% neste ano. Por consequência, menores fluxos de comércio internacional são esperados”, avaliou.

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Compra de tabaco pela China começou no mês de outubro

Schünke: análise após o fim do ano

Um dos maiores compradores do tabaco brasileiro é a China. Conforme o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), o gigante asiático deu início à compra do produto no mês de outubro. “Isto representa uma grande diferença, pois em setembro do ano passado, a China embarcou 23 mil toneladas”, confirmou o presidente da entidade, Iro Shünke.

Para ele, é difícil fazer um acompanhamento por período curto, como mês ou semestre. A venda de tabaco para o exterior é uma ação que nem sempre é igual.

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O desempenho maior apontado no primeiro semestre de 2019 é um resultado que comprova a observação do presidente do SindiTabaco. Conforme Schünke, nos meses de janeiro a março do ano passado, foram embarcados lotes residuais da safra de 2018. Esta movimentação também contribui para o desempenho mais baixo no primeiro semestre de 2020.


Um estudo encomendado pelo SindiTabaco sinaliza para uma redução, contudo, em menor proporção do que o levantamento dos números das exportações realizadas até setembro. “Vamos fechar sim com uma redução estimada em 6% no volume exportado. No patamar financeiro, a baixa deve ficar entre os 15% a 20%”, destacou Schünke.

Em 2019 o valor exportado em tabaco foi de US$ 2,1 bilhões, com total de 549 mil toneladas do produto. “Até o fim de setembro havíamos contabilizado mais de US$ 1,1 bilhão. Os meses de outubro a dezembro e uma eventual dificuldade no transporte irão definir o resultado final do ano.”

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