Números divulgados nesta quarta-feira, 18, pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) mostram que as exportações brasileiras de fumo registraram um ligeiro recuo em 2016, na comparação com o ano anterior. A queda já era esperada pelo setor e está relacionada, principalmente, ao impacto do fenômeno climático El Niño sobre a produtividade da safra passada.
Segundo os dados, a redução nas exportações chegou a 2,87% em valor e a 6,52% em volume. Em março do ano passado, uma pesquisa realizada junto às indústrias já apontava uma tendência de queda de entre 6 e 10%. Além da quebra da produção – a projeção era de em torno de 700 mil toneladas e acabou em 525,2 mil, segundo a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) –, também pesaram fatores como a taxa cambial, já que no decorrer do ano passado o real se revalorizou frente ao dólar, em um movimento inverso ao de 2015.
Mesmo com a queda, o Brasil embarcou em 2016 mais de US$ 2 bilhões em tabaco, mantendo-se como líder em exportações no segmento. Cerca de 90% do fumo produzido no Brasil é vendido para o exterior, atendendo a cerca de 90 países e respondendo por em torno de um terço do fumo exportado no mundo – a União Europeia segue como o principal mercado importador.
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O tabaco também foi o segundo produto mais exportado do Rio Grande do Sul (respondeu por 10% de tudo o que foi comercializado pelo Estado para o exterior, atrás apenas da soja) e o quarto em Santa Catarina. Na semana passada, aliás, um relatório divulgado pela Fundação de Economia e Estatística (FEE-RS) referente às exportações do agronegócio do Rio Grande do Sul em 2016 já indicavam que, no caso gaúcho, as vendas externas conseguiram superar 2015 em valor, apesar do recuo no volume. Considerando toda a Região Sul, o tabaco foi responsável por 5,3% de todos os embarques realizados.
Segundo o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, outro sinal positivo é que, se comparado com os principais produtos básicos, a queda nas exportações de fumo foi inferior. É o caso do milho em grão (-26,3%), café em grão (-13,2%), farelo de soja (-11,1%), soja em grão (-8,2%) e carne bovina (-7,2%). “O fato de termos trabalhado com uma safra bem menor já era um indicativo de que exportaríamos menos, mas caímos menos do que outros produtos e, nesse aspecto, contribuímos para o País”, observa.
O QUE MOSTRAM
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NO PAÍS
ANO VALOR VOLUME
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2016 US$ 2,12 bilhões 483 mil toneladas
2015 US$ 2,19 bilhões 517 mil toneladas
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NA REGIÃO SUL
ANO VALOR VOLUME
2016 US$ 2,09 bilhões 481 mil toneladas
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2015 US$ 2,15 bilhões 514 mil toneladas
POR ESTADO
ESTADO VALOR EM 2016 VOLUME
RS US$ 1,6 bilhão 383 mil toneladas
SC US$ 434,5 milhões 96,9 mil toneladas
PR US$ 2 milhões 631 toneladas
OS PRINCIPAIS MERCADOS
CONTINENTE 2016 2015
União Européia 41% 43%
Extremo Oriente 28% 25%
América do Norte 12% 11%
Leste Europeu 7% 8%
África/Oriente Médio 6% 7%
América Latina 6% 6%
OS PRINCIPAIS DESTINOS
PAÍS VALOR EM 2016 VALOR EM 2015
Bélgica US$ 455 milhões US$ 397 milhões
China US$ 280 milhões US$ 267 milhões
EUA US$ 248 milhões US$ 226 milhões
Rússia US$ 104 milhões US$ 135 milhões
Indonésia US$ 89 milhões US$ 86 milhões
Holanda US$ 86 milhões US$ 117 milhões
Alemanha US$ 81 milhões US$ 104 milhões