Na história mundial ocorreram experiências de exportação de ideais revolucionários. Na teoria foi mais fácil, obviamente. Porém, na prática, mais complexo.
Inspirada no ideal marxista-leninista, a Revolução Russa se revelou uma das mais influenciadoras, sobretudo no pós Segunda Guerra, ao coestabelecer de modo grave e belicoso a dita “guerra fria”. Outra experiência influente foi a Revolução Cubana.
Independente das motivações e razões teóricas que possam representar, quero destacar a consequência onerosa – social e econômica – dos “exportadores”. A União Soviética semeou e financiou atos e fatos em todos os recantos. Cuba também, sobretudo no continente africano. Nos dois casos, o custo social e econômico para sua população foi imenso e duradouro. Quero crer que se a ideia de “exportação revolucionária” não tivesse prosperado, talvez o destino (e o próprio ideal socialista) das duas nações pudesse ter sido diferente e bem-sucedido.
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Dito isso, é inevitável a comparação dessas fracassadas experiências exportadoras com o audacioso financiamento brasileiro da autodenominada “revolução bolivariana”. Se o generoso apoio financeiro estatal brasileiro – leia-se BNDES – visava o crescimento de nossas empresas no âmbito internacional, não menos verdade é que o tempo revelou se tratar de um gigantesco negócio de corrupção.
Pode-se incluir a Petrobras nessas “operações revolucionárias” ao tolerar invasões e apropriações indébitas de patrimônio brasileiro em território estrangeiro (ver também o calote venezuelano tolerado no caso da refinaria Abreu e Lima). Para capitalizar o banco, o Tesouro Nacional transferiu volumes financeiros gigantescos ao BNDES. Atualmente o Tesouro cobra do BNDES mais de 180 bilhões. Nos negócios internacionais financiados pelo BNDES na Venezuela, Bolívia, Angola e Cuba, a maioria relacionada à Odebrecht, não há a mínima certeza de que serão honrados.
Resumindo: a pretexto de alavancar empresas nacionais, o BNDES foi usado para financiar a “revolução bolivariana” e, consequentemente, os espertalhões políticos e empresários que lideravam o processo. Não esqueçamos que alguns empréstimos internacionais do BNDES foram tornados secretos. Quando solicitada a informação (e negada!), nosso governo declarou que o sigilo teria sido uma exigência contratual dos contratantes.
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É evidente a motivação ideológica. As operações não estavam limitadas à duvidosa (e de alto risco) política de financiar e “criar global players” (lembrar do Eike Batista e os irmãos da JBS, entre outros). Então, a exemplo dos povos russo e cubano, agora os brasileiros vivem tal experiência ao patrocinar e financiar “a revolução bolivariana”, também economicamente onerosa e socialmente fracassada!
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