A pandemia do novo coronavírus cancelou a 20ª edição da Expoagro Afubra, às vésperas da abertura do parque em Ramiz Galvão, Rio Pardo. A maior feira da agricultura familiar do País terá que se adaptar ao mundo pós-Covid, para continuar dando visibilidade à tecnologia e diversificação do agronegócio.
O coordenador-geral da Expoagro, Marco Dornelles, já abriu a contagem regressiva para a 20ª edição. Os dias de 17 a 20 de março de 2021 estão reservados ao evento. “Temos a intenção de fazer igual a como estava programado para este ano, uma feira de quarta a sábado”, antecipou.
Com a programação definida há quase um ano, a edição que marcaria o aniversário de 65 anos da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) começará a tomar forma novamente no próximo mês. Entre outubro e novembro são semeadas as primeiras lavouras demonstrativas, uma das atrações mais visitadas no parque.
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“Pensamos que ainda será uma feira com restrições. Uso de máscara, medição de temperatura e cuidados que começarão dentro dos ônibus de excursões serão condições para a Expoagro. Não sabemos ainda como estaremos com relação ao vírus.” Para isso, também o tempo será determinante. Mesmo com as datas reservadas, o fim de 2020 será o balizador para a confirmação da Expoagro.
Embora eventos e feiras tenham sido liberados mediante decreto, editado na última semana pelo governador Eduardo Leite (PSDB), o nível de contágio com coronavírus no fim do ano será determinante. “Quando anunciamos a decisão de cancelar foi um momento muito difícil, mas hoje vemos que foi acertada. A feira poderia ter acelerado o contágio no Estado, como ocorreu em outras partes do País.”
Mais do que nunca, uma feira de inovação
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Há cinco anos, um levantamento apontava que de 87% a 90% dos produtores rurais tinham telefone celular no campo. De lá para cá, o uso dos apare-lhos tornou-se ainda mais popular e os índices de consumo na cidade sugerem que o número desses aparelhos habilitados no interior é maior também.
Programada para ser uma das atrações da 20ª Expoagro, a Arena de Inovação está confirmada para a edição 2021. No espaço, o uso de automação e as startups que migraram também para o campo estarão em conexão com os visitantes. “Essa tecnologia conquista um destaque maior agora, justamente pela realização de eventos conectados durante a pandemia. Essas ferramentas também devem estar à disposição dos produtores”, projetou Dornelles.
O coordenador cita que um dos produtos inovadores – a emissão de nota fiscal eletrônica sem internet – é um dos recursos tecnológicos disponíveis para ilustrar a digitalização do trabalho no campo, atualmente em teste pela própria Afubra. “Empresas estão criando soluções para esse novo mercado pós-pandemia, no qual todos precisamos intensificar os cuidados, sem descuidar da produção.”
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Expectativa de bons negócios
Com um dia a mais de visitação – o sábado – mantido na programação para daqui a seis meses, a Expoagro continua com boa expectativa de vendas e negócios fechados. “Havíamos estimado um volume de R$ 70 milhões em negócios, assim como um público visitante de 150 mil pessoas”, destacou Dornelles.
O grande volume de agroindústrias inscritas para a edição que não ocorreu também anima a Afubra. O espaço, que foi ampliado e reformulado para receber as agroindústrias, teria abrigado 224 famílias produtoras – a média das edições anteriores era de 150. “Talvez haverá um controle de acesso, para evitar aglomerações. Isso precisará ser visto ainda.”
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Contabilizando o incremento no volume de agroindústrias, a Expoagro deveria ter recebido este ano 508 expositores, 76 a mais do que a edição de 2019.
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