O lançamento da 20ª Expoagro Afubra ocorreu nessa sexta-feira, no Centro Vocacional Tecnológico (CVT) situado no parque da feira, em Rio Pardo. Autoridades, representantes de entidades, convidados e patrocinadores estiveram presentes. O evento acontece entre 23 e 26 de março, após dois anos suspenso de forma presencial por conta da pandemia.
Presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner enfatizou a importância dos parceiros, colaboradores e patrocinadores, além da atuação dos integrantes da equipe da Afubra na organização do evento. “Queremos agradecer a todas as parcerias celebradas para a realização da feira. Agradeço aos colegas que, sob forte calor, empenharam-se para deixar as lavouras demonstrativas em excelentes condições”, comentou. Werner lamentou a perda de Silvio Clóvis Genehr, falecido em janeiro. Ele era o elo entre a coordenação do evento e os expositores.
O coordenador-geral da Expoagro Afubra, engenheiro agrônomo Marco Antonio Dornelles, destacou os três eixos da programação: transformação, inovação e produção sustentável. “A escolha dos temas se deve à leitura do cenário que vivemos e que se transformou com a pandemia e, agora, com o conflito entre Rússia e Ucrânia. Vai nos trazer mais desafios, mostrando que vivemos em constantes mudanças”, disse.
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Ao falar sobre a programação, Dornelles enfatizou o Espaço de Inovação do Agro, onde o visitante conhecerá iniciativas relacionadas à educação rural e a programas direcionados aos jovens do campo. O coordenador-geral também destacou, além das melhorias na rodovia para acesso ao parque, a ampliação do Pavilhão das Agroindústrias, que agora tem capacidade para abrigar 193 expositores.
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O deputado federal Heitor Schuch salientou que a Expoagro é o palco dos grandes debates relacionados ao agronegócio nos últimos 20 anos e evidenciou o protagonismo dos agricultores. “Nesses dois anos de pandemia, as entidades continuaram atuando e os produtores não ficaram olhando pela janela, continuaram produzindo”, acrescentou. “A agricultura tem hoje o crédito de ter continuado a produzir o pão de cada dia para o mundo.”
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Para a deputada estadual Kelly Moraes, representante da Assembleia no evento, a retomada da Expoagro vai ser um sucesso. “Nós nos adaptamos às tecnologias durante a pandemia. A retomada é desafiadora. Temos uma bancada da agricultura. Isso é muito importante. Poucos defendem o setor fumageiro, principalmente”, finalizou.
Atrações
A expectativa é atrair um público de 80 mil pessoas ao longo da feira, que terá mais de 400 expositores, entre empresas, instituições e entidades. Dentre as atrações haverá o Seminário de Turismo Rural, Fórum de Diversificação, Espaço de Inovação do Agro, Dia do Arroz, palestras técnicas, exposição e dinâmica de máquinas, piscicultura, animais e agroindústrias familiares.
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Em sua manifestação, o senador Luís Carlos Heinze comentou que é graças às 25 milhões de doses de vacinas distribuídas gratuitamente no Rio Grande do Sul e às 468 milhões de doses distribuídas no Brasil que está sendo possível a retomada da Expoagro na forma presencial. O parlamentar também lembrou que as entidades têm trabalhado em uma voz só nos 497 municípios do Rio Grande do Sul. Sobre a Expoagro Afubra, enfatizou que é uma das maiores feiras em tecnologia direcionada à agricultura. “Temos projetos importantes para tratar, como sistemas de irrigação para amenizar os efeitos da estiagem.”
Por sua vez, Edivilson Brum, prefeito de Rio Pardo, o município anfitrião da feira, disse que mais de 40% da renda da Cidade Histórica é oriunda do setor primário e que a Expoagro Afubra é muito importante para todos. “Não são muito aqueles que entendem a importância econômica e social do setor. Temos uma classe chamada urbanoide, que não sabe que tudo o que come vem do plantio e do suor de alguém”, falou.
“Estamos fazendo um trabalho de resgate da autoestima do produtor rural rio-pardense e a Expoagro Afubra é fundamental para isso. Que as pessoas do meio urbano saibam de onde vem o que consomem. Precisamos despertar o espírito empreendedor no jovem rural, para produzir com inovação e gestão qualificada”, salientou. “Qualquer pessoa que visita a feira não sai da mesma forma que entrou, pois leva um conhecimento a mais, que certamente transmitirá para a bolha social em que convive”, acrescentou.
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Vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), o engenheiro agrônomo Domingos Velho Lopes foi o palestrante no lançamento, com a abordagem do tema A imagem do produtor rural no pós-pandemia: a busca de sustentabilidade ambiental e desenvolvimento econômico. Ele acredita que o produtor rural deve ter orgulho por ser parte da solução no contexto mundial do desenvolvimento sustentável.
Ao evidenciar que os organizadores da COP 26 (Conferência das Partes 26) vieram ao Brasil para conhecer sistemas de preservação ambiental e de sequestro de carbono, o palestrante enfatizou que os agricultores brasileiros são referências mundiais, mas não sabem disso. “A COP 26 renovou um único convênio, que é base para a COP 27, que trata sobre as atividades agrosilvipastoris com solução para emissão de carbono”, comentou.
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Ao lembrar que os modelos brasileiros de plantio na palha, de política reversa na devolução de embalagens e outras iniciativas também são referência, Lopes explicou que é hora de retomar o orgulho de ser produtor rural. “Nossa imagem foi manchada e estamos cansados de ver as nossas crianças serem aliciadas a pensarem que os pais e avôs envenenam o meio ambiente”, disse. “O defensivo é igual remédio, tem receita que diz sobre a dose a ser aplicada”, acrescentou. “É preciso parar de atuar de forma ideológica e conclamar que se fale a verdade, pois durante a pandemia provamos ao mundo que podemos alimentar de forma segura o Brasil e o mundo”, acrescentou o engenheiro agrônomo.
Outro aspecto abordado pelo palestrante foi a importância da união das federações, entidades e classe política na defesa da dignidade dos produtores rurais. “Todas as federações relacionadas à agricultura conseguem atuar unidas. As individualidades das entidades são respeitadas à risca, mas a convergência de ideias é muito maior”, observou. “Todo agricultor, até o mais acanhado, tem que saber levar a mensagem de que é parte importante.”
Lopes ainda abordou questões como a irrigação, Código Florestal, pesquisas desenvolvidas pela Embrapa, iniciativas tecnológicas e geração de renda.
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